Espelho
ardente, percutido
Pela
maré de águas vivas que são
Tuas
unhas impacientes – elas
Sabem
castigar, sabem
Tirar
a um a sua harmonia. Notas
Soltas,
arrancadas superficialmente
À
ausência.
Matéria
reduzida
A
água, tudo a acontecer
Fora
de enquadramento. O mecanismo
Utilizado
para interromper
O
rio antes da boca
Tua.
E teu (por mim)
Corpo
aéreo, transparente,
Espessura
mínima
A
separar mundos
Tão
diferentes. Também
Um
sol a evitar
O
interior humano
Das
construções momentâneas.
Líquen
voraz
Das
almas sôfregas, em formação
Atonal.
Te indispões
Verticalmente
a tudo
E
ninguém.
Por
inteiro (não
O
coração) conta ela
Pelos
dedos meu número
Complexo,
umas vezes
Voltando
ao lugar
Já
passado, a rasurar
Minha
pele petrificada. Uma
Vida
que são outras, muitas
Em
que se toca
Com
nervo intimado. Viciado
Pelo
inesperado, de cabeça
Tenho
esta hora e pouco
Mais.
Pinguécula
de mar, embutida
Olhos
adentro. O hábito
Que
temos de nós.
A
palma da mão
Abriga
no seu interior
Um
corte profundo, cicatrizado,
Atravessando
a linha
Da
vida, uma delas, alterando-a
Para
todo o sempre. Fogo
Abandonado
para ali
A
arder, enquanto respirares
O
mesmo oxigénio
Que
o alimenta.
Linhas
em perspectiva
A
desaparecerem num ponto
De
fuga, preenchidas
Por
numerais aparentemente
Desordenados.
Para nada
A
tender. É corpo
Estatelado
no chão,
O
som da queda atrasado,
A
cair ao lado,
Desenhando-lhe
o contorno. Retrato
Falado
ao contrário,
Sugado
pela boca
Que
tudo quer
Calar.
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