Sonoplastia
desdentada, esta, criando a ilusão de se coincidir em húmus e lubrificantes. Entre
água e chama, entre torneiras e lâmpadas. As máquinas acabando o dia, ainda as
árvores rastreando os ventos, filtradas pela cortina de uma sala de estar mal
ventilada. A porção acertada de guaraná no fundo de uma caneca, se dissolve em
um inquérito de gargantas levadas a um tempo de antes à faca. Horizontes de
quartzo em medida mal cheia, polegada e meia de mal-estar. Estamos tão-só para
aqui sozinhos, sôfregos, embutidos em maresia vária e inconsequente. Ancião e
suas rimas de anzol, largando incontinência e desgovernadas âncoras de
significados à pele. Sinto muito. Sozinhos, tão-só disto. Sozinhos, manietando
mãos aos espectros digitais, tantos às tantas de um, haja espaço e memória para
tanto. O comboio chega, vai vazio no andar superior; entregando, bufo, em mãos
os aflitos da hora tardia, os fazendo beijar as extremidades laminares da
plataforma. Dividindo espaços temporais, um arranjo de mobiliário urbano
lambido pelo sol até ver, por mais ninguém se dando ares de um Deus em forma para
nunca parecer perfeito. Sinalização horizontal mostrando certo caminho, a quem se atreva a ir ainda, bolseiro de certa fama anterior, em contramão. Subir degraus
dois a dois, sempre foi sinal impaciente e saudável de uma pressa em chegar
inteiro ao castigo, levado aos fados do ditado e trabalhos levados para casa. Não
havendo nada em contrário, se continuarão de nós a mergulhar a côdea de um pão
de dias na malga fendilhada, até cima de ânimo e leites azedos. Ficar a pagar
tão pouco por coisa nenhuma, é o negócio de uma vida em que nos querem fazer acreditar.
A loja dos animais ao lado da adega, é como melhor as arrumo, às memórias deste
ser mais a Norte acertando contas c’um diacho. Nos espalhamos ao comprido de um
anfiteatro de colcheias e suas posições inquietas, à meia-distância do
silêncio. Madeiras e cordas ensaiam o grito pelo interior da esperança, na
desintegração atonal em que nos resolvemos. Neste corpo em segundo, tempo em
lado algum igual, depois desta hora marcada por garrote de limos e o beijo na
boca da alforreca prematura, dada à luz, unha com carne, sobressais. Soberba
vítima, ensombrada pelo vermelho-sangue de um chapéu fogo posto négligé, ton
sur ton, desmaiado, em uns persistentes furos abaixo de ainda ter estômago para
estas coisas. A cinta elegante de um animal passageiro. Sólido geométrico, acrescentando
altura e tesão à multidão ordeira do desejo. Te ofereço a paz minguante de um
amor a meio da empreitada, e o sentido absoluto de um fémur arruinado por tanto
bailarico. Palco com fundo falso, plantado à superfície com umas quantas
espécies de reforma agrária atirantada à terra dos céus. Por uns quantos
degraus de pedra falsa, são encavalitados os mistérios possíveis, corriqueiros,
na prévia maçada de se esperar sentado por certo ruído ou salsifré – somos putas,
é isso? Em vários tons nos desdobrando, à mulher e ao homem, engatando noites
enganando os dias. Vozes amarelecidas, desenhando ruas para si, desaguando no
Centro de Congressos à pinha de ninguém aí, todos saídos já desta para melhor. Medalhas
e santinhas de mesa-de-cabeceira, maculando todos os quartos. Hipotecando vida
a seguir por esta de aqui ir ficando, em perturbadas conjugações de verbos
pobres, descarrilando em conversas paralelas. Alimento de águas tépidas. Plano cortado
a tempo. Perder um programa, andar na linha. Metades se dissolvendo doentes, se
tornando enunciados, arrefecem mãos lá, ao deus-dará, aplaudindo a desmesura de
uma música a arder indo ao fundo do caminho.
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