Roufenha
voz atropelada,
Mal
sai do lugar seu, quanto de si
É
levada ao outro lado
A
esta parte, contrária a ser
Entendida
como alvo
A
aniquilar.
Paredes;
janela espelhada
Em
outra janela, o fundo
A
que se nunca chega.
E
bate aí um infinito pulsar
De
imagens por ser
Fogo
a fingir que é
Verdadeiro,
canto
Quebrado
por aguada
Em
gesto maestro,
Desconhecido
de antemão.
Íris
negra, desfragmentando-se
Particularmente
interior;
Seca
lágrima, limalha,
Atirada
num rasgo,
Atravessando
em diagonal
A
folha branca,
Até
que acabe
Logo
ali um céu
Sem
nada – teu
Olhar.
Dedos
dispostos em socalcos
Na
esfinge presencial
Do
teu rosto, pouco menos
Sobressaindo
à pele
Da
noite, em segundo plano
Apanhado.
Letra
amarelada, de forma
Gorda,
abocanhando
A
tintura do sentido
Dado
ao que dizer,
À
poesia. Ao estado
Selvagem
dos sons
Juntos,
separados
À
nascença da palavra
Nesse
dia.
Bocas
atracando
À
proximidade de um beijo,
Nunca
porém se tocando,
Em
contraluz ao seu relevo,
Recortado
na superfície
Do
que se supõe ser
Dúvida
solar.
Linhas
descontinuadas, vindas
Do
olhar adentro
Caído
ao mar
Do
sonho.
Vulto
autómato, se atravessando
À
força de braço
Na
posição do horizonte
Sendo
outro.
Punho
fechado, inquestionável
Chão
de areia. Vento aprisionando
Toda
erosão que passa
Por
um sorriso
Demente.
De
braços dados e como
Nódoa
que nunca sairá
Da
frente do pano
Negro.
Linhas
auxiliares, secundadas
Pela
cor sempre mesma,
Mudando-se-lhes,
Abruptamente,
O
sentido.
O
nevoeiro em permanente
Moldado
nos teus cabelos,
É
distracção suficientemente mortal,
Tempo
que tens para
Me
atravessar de um lado ao outro,
Com
a âncora desgovernada
Do
teu olhar descendo
Sobre
mim.
Tua
boca assim
Como
o fim que me dás,
Têm
todo o sangue
Que
é a última coisa
Que
se vê, daqui
Para
a frente.
Rilhar
à memória o fruto
Dos
teus dedos encostados
À
flanela rasgada
Da
palavra levada
À
boca, para dizer
Claro-escuro.
Desenhado
a quente
Pelo
que se verte,
Tremeluzente
de velas
Instáveis,
em mostrar
Que
um mais um
Nunca
serão coisa
E
número algum.
Estruturas
desenhadas
Para
não aparecerem
À
mostra. Umas árvores, poucas,
Para
ali plantadas,
Nunca
chegando
A
crescer,
Logo
alguém
Dizendo
rápido
«Corta!».
Rectângulo
afastado, palco
Da
luz actuante, em fuga
Pela
corda dada
Às
nuvens noutra imagem
Resumida
por janelas
À
frente de outro
Céu
por abrir.
Irreflectido
acto de juntar
Nós
dois, num só
Tampo
de vidro
Espelhado.
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