Em
observância à lei
Das
imagens vigorosas e
À
necessidade de ver
Coisas
onde não as há,
Refugia-se
assim um
Barco
saindo para fora
Das
medidas de um
Horizonte
por amostragem,
Ao
alto,
Ao
baixo,
Capturado
pelo rectângulo
Da
fotografia.
E
esta multidão feroz
De
corpos perfilados e rostos
Virados
em frente,
Imobilizados
na tensão
Impossível
de conter
Com
um só disparo.
Instrumentos
precisos,
Encaixotados
Em
montras pouco iluminadas,
Intocáveis,
intocados
Por
um sequer
Olhar.
Se mostra a Câmara
Dos
Ausentes; impressiona
Pela
matéria a mais
De
vazios,
Em
que se destaca
A
própria ausência
Do
autor
Do
projecto
Inicial.
A partir de onde se
Atacaria
uma frente
Em
trabalhos. Nada é tudo.
A
alma, um estabelecimento
De
portas entreabertas,
Uma
sala para
A
electricidade das operações
À
linha. E ponto.
Falsos
impressionáveis
Protegem
os processos,
A
decalcomania vital,
Julgando
assim
Atrasar
o fim
Ao
momento da morte, esta
Ideia
de albergue
Sempre
vazio,
De
camas feitas, alinhadas
A
partir dos raios projectados
Pelo
Astro-Rei martelado
Na
cruz cravada
No
gesso da parede
Travada
com outra
Parede.
Porta
fechada, janelas fechadas
Portadas
abertas – a luz vem
De
fora.
Um
exército armado
Até
aos dentes, perde-se
No
Bosque das Considerações;
Decisivos,
adiam
A
resposta a dar
À
infâmia que os faz
Formar,
a ir
Vergar
o aço
Para
corrigir
O
valor do ouro.
Escultores
de bata branca,
Atacados
por todos
Os
lados com seus pregos,
Sobretudo
pedra e
Trabalhos
já feitos
Em
madeira, mostram-se
Razoavelmente
calmos
Nesta
situação superficial
Sem
atrito. Os que fogem
À
pressa da imagem,
Aproveitam-se
da desvantagem
Daqueloutros
camaradas,
Têm
a arte com eles,
Virando-se
para
Os
Observadores Abandonados
À
sua sorte, exibindo
Bustos
de cera encardida,
Motivos
de todos os géneros,
Quase
de imediato
Promovendo
este acto último,
A
morte dos objectos,
Chegando-lhes
fogo, e um
Amor
desinteressado.
Pregadores
de barba e bigode
Esquecidos,
vão
Encostados
ao muro
Que
os separa de tudo
Isto,
microfone na lapela
Mão
à altura do coração,
Entoando
frases sem pressa
Rimando
quando calha. Entre eles
Organizam-se
à vez
De
quem fala
Primeiro;
os outros,
Esses
seguem com os dedos
Folha
de livro
Diferente,
procurando fazer
Coincidir
alguma palavra
Que,
por sorte, seja
Igual
àquela
Apontada.
Política
contraditória
E
violenta,
Aplaudida
por todos
De
pé.
Dependendo
Da
viela tomada,
Pode
ser
Um
edifício sumptuoso
De
paredes brancas, caiadas
Das
sombras da multidão,
Que
não tem
Por
onde escapar: praça,
Avenida
central ou
Mar.
Um primeiro piso
Com
varandas e vãos
De
porta escancarada,
Usadas
por furiosos que
Experimentam
o tempo
Na
deslocação do ar,
Arfando,
insistindo estar
Em
mais do que
Uma
abertura
Em
simultâneo.
A
figura asséptica,
Repousando
na retina – um morto
Aí
depositado,
Fazendo
tábua rasa
Da
superfície onde
Se retracta.
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