À
boca das urnas pigarreavam
pássaros
perdiam
o
pio encravado
no
megafone desinfectado.
Mãos
de pele
adulterada
cortada
pela
memória
de
uma canção suave
despachada
a toque
de
caixa.
Assomando
ao promontório
da
varanda
vestido
de palhaço
o
cravo trata-se
disso
e só
o
tema livre
quantificando
o metro
quadrado
no mapa
das
quantidades açambarcadas.
Não
venham
mais.
Mina
mole
anarca
esborratando
um
sorriso resistente
por
detrás do pano.
A
máscara joga-se
à
máscara.
Camada
sobre camada
de
neurose avulso
mineral
como a sua
sede
de deitar
tudo
abaixo e...
caga
nisso!
Não
abram a janela
por
favor não
vão
p´ra dentro
sintonizar
a rádio
Revolução
Rosinha
girar
o botão
no
volume máximo
sentar
no falso
tapete
de Arraiolos
e
receber nos cornos
os
cacos da cristaleira.
Arranca
a fita dessa
cassete
engolida pois
nunca
será
à
papo-seco
que
se descoserá
de
aí uma
serpentina
bonita
a
te enfeitar
as
orelhas moucas
num
brinco de
princesa.
Sobretudo
livra-te
de
me vires bater
à
porta de lágrima
no
olho e na mão
o
postal
que
nunca me enviaste
de
Grândola.
Já
então
não
me dizias
nada.
Estarei
cá sim
mas
não
para
o mesmo.
O
plasma de um
buraco
negro
não
se esgota
nas
nossas veias.
Atiramos
a última pedra
aos
cubos
a
preto e branco
a
dar com pau com
o
sorriso fossilizado
do
Usurpador.
A
chinesa estendida
na
prata deixou de
ser
bode expiatório pois
engoliu-o.
O
novo cliente paga
com
o corpo enfim
somos
todos agora
putas
a encher chouriços
noite
dentro procurando
seu
fio seu fim
caindo
de maduros.
A
tasca está fechada
Catarina
sim mas
o
tampo de mármore
da
mesa ao fundo
sujo
do pó
dos
dias espera
mais
à frente
daqui
nada
tuas
lágrimas
a
abrir lá
o
poço dos desejos.
Daqui
ninguém
arreda
água-
-pé.
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