sexta-feira, 21 de agosto de 2020

SETE CÃES A UM

Que desastre ou
memórias da disposição
engenhosa tem lugar
no livro das entradas?

Sabia eu da gota
dos outros?

No tocante a linguagem,
o fiel da morte,
incorrigível, cuida do
acento sempre
penteado para o mesmo lado.

Ódio aos braços frios,
seus.

A fria sentença
de uma linha
de compósito
se desmoronando.

Sigo do céu
a carreira do sangue
na sua prosa positiva. E
não tinha outro.
Nasceu a distância. Cuidei,
a olho, das ratazanas
desconfiadas. Inquietava-as,
tocando aqui ali
o céu da fábula
dos venenos, provocando-as
com a maravilha
das aversões.

Odiavam elas
toda a pancada de
Molière.

Confesso o amor
ao avesso, neutralizando
sabe-se lá a proposta
das entranhas. Uma palavra
espaço suspeita do sítio
onde foi largada.

Mar
por dá cá aquela palha
o baldio à justa
para aí se fundar
a maíscula cromática
do ser provisório. Debandando.
Premindo botões de pressão.
Apanhado na pergunta
centrífuga, rumorosa,
aos mecanismos. A romã,
atravessada por plano picado,
expõe suas balas
ao sangue levado a peito.

Molestam a alba com vírgulas
sopradas, vítreas minudências.
Sua senhoria toda espécie,
um nome por encaixar.

Enganam-se as companhias,
dirigindo-se-lhes a palavra
longe ao perto. Encerra-se
no interior do lenho
assim aberto, o inflexível.

Em que nome fica
a mão aberta?

A esse tempo transfigurado,
património do terror,
o segredo morre
menino.
A severa extravagância
do medo, em que o outro
se demora a especular
sobre a injúria
aos lábios do erro. Um
adeus variante. Seguinte.

Não sei
fazer o mortal. Ignoraria
isto, disse,
fosse esse o sentido
dado ao ardil.

Acção e renúncia,
imprevidentes. Conhecerás
a desobediência.

O que te peço? A incoerência
do ódio, a livraria
das virtudes. A hipótese
miserável de uma lágrima
caída às ruas.




Bateu à porta
um grito. Bateu
à porta. Pedir contas
à noite, com o beijo
da aranha à rédea.
Fechar os olhos ao
jogo ilegal
do passageiro viajando
sem bilhete.

Pagará – uma hipótese – se
ainda chegar a
algum lado. Também
ouviste isto?

O inimigo, advertido, interroga
a distância que nos separa
da sua vinda à boca. Rente,
uma bala escreve-lhe
a Fortuna de um vulto
insolvente. O troco
de uma unha partida,
tal pai tal filho,
às peças.


Mandas às urtigas
tua árvore inversa.

À figura da objectiva
sustentada por
mão-cheia de rescaldos
a trabalhar para o boneco.

O resto, um quintal
de cismas. Se houver
noite, desta porta para lá,
avisaremos a sombra
apressada da doença.

As ordens esquecidas
do edifício,
guardam-lhe as saídas.

O limoeiro
não te calhou em sorte
porém, fincas pé em
o enquadrar sobre os ombros
um nada igual
se despistando nas curvas
de um e outro. Não
há até ver, um título
dando a isto.
Letra de imprensa
cachimónia adentro.

Das duas uma
capital de encher o olho. E
fogo-preso à cota
fixe do terreno
linguajar.

Um cadáver fita
os pássaros, atirando-os
para o fundo da
eternidade. Arrastou-se-lhes
o voo para terra. Não
se mete nele a amputação de
Deus. Por trás dos vidros,
falava sem perigo da
vizinhança judiciária.

De quem ele
àquela hora?

Os ferros em espera
denunciam
a vontade que há de
mandar tudo isto ao ar
uns quantos andares.

Mantenhamo-nos ou não
à distância bem informada
acerca do radical livre de um
nome qualquer a estar
instante. Úlceras caindo
no melhor pano. Sintomas
lacados à mesma cor
dos hematomas. Sistemas, dirão.

O conceito-chave que se perdeu.

O último a chegar ao plenário
dos operadores de morse leva
pancada da grossa.

A retenção das cartas de
jogar (vasos de guerra),
pede muitas vezes
uma linha a mais. Tem
a certeza um outro
noutra parte.


Dor melhor
para o corpo. Aqui
o poder comer.

Matizada de mortificação,
a paixão paga
ao orador
um bom quarto
de hora.

Linho estridente. Perfeito
defeito, a língua em
sede estraga uma
pequena ideia. Escrever
cálice, onde não
há do que beber.

Escrever copinho, e
esperar sentado por
um milagre.

Perde o gosto
a ferida permanente. Suar
pela graça divina,
a sua costura. Me chama
uma palavra
pobre.

A instalação sanitária
equipada com o mínimo,
é a fava
que o Arquitecto
colocou no interior
da minha casinha. A sanita
turca, o código postal mal dito
à secretária de um
borra-botas como eu.

Seguir viagem
sob as arcadas
estilhaçadas por ventos
lisérgicos, deixando para trás
a primeira impressão.

Tiro bilhete,
não tiro bilhete.

Tua casa não é
minha casa.

Tornou o tiro,
voltando ao sangue
a bulir, deixar
a gente em diferentes
aflições. Lembrou-se
do hóspede meigo
da diversão impossível.

Quando não lhe peço
seja o que for, aí
o tem ele pregado
ao absurdo. Alterando-lhe
a gosto o cós
às alturas da fome
insatisfeita.
Ainda o lapso sobre
sapatos de salto alto
é um lenho aberto, e borbulha
já um riso miudinho
lacerando o goto.

Rir e chorar
por mais.

Comer com os olhos,
uma linha disposta em
espinha. Faltar
ao teu ázimo rosto. A máquina
fiscal faz o terrapleno
ao que fica por dizer.

Tem barbas
o teu ciúme, fêmea
ilusionista de um
programa de variedades
sempre as mesmas.

A gosma do olhar,
atada pelo geotêxtil
da confissão. Esponsais
do mesmo género, lembrados
na estela funerária.

Chamado a si próprio,
pensará ele ainda
em vícios? Não
mo diz, ou
mente. Por portas
a abrir.

Toda a parte interessada,
uma voz, à hora,
encrava a estória
às mãos. Escorrendo
cortesias, vem-se
a saber.

Pouco ou mais
nada.

Ó tu que fumas,
na prata arrisca
o último fósforo. Canta
de trás para a frente,
para ti mesmo,
a náusea de um reggaeton.

Só alguém efectivo
pode pintar um astro
a queimar o bom
corte dos tecidos
que se ajustam
às varetas de um corpo
para já. Decalcomanias
de intrusão.

Vai o amor desencontrado
outra vez. De tudo, talvez
não servindo o coração
ao peito. Trevas
chamejantes, as tuas,
nem amanhã
uma companhia.

À estrada o que
é da estrada.

Acordou, e logo
se submeteu. Acordou,
se castigando com varas
verdes.

Vacilou, de seu ofício,
perguntando pelo cadáver
da justiça. Está? Lá
está.

Dá cuidado um
homem sossegado,
ainda hoje
uma navalha inventada.

Chegada aos fracassos
a narrativa se soube
bastar a si. Foi
assim, que importa?

Verias o mesmo
rosto em dia
santo, onde caíra
sua imagem louca
respirando aflita.

Um anjo incurável,
escreveu à pressa
nas costas do sobrescrito
a primeira saúde aos
meses de seca.

Sôfrego, lívido,
e porque não
imprudente? Se pode ser,
que seja menina ora
agora. Tomou as lágrimas
do frenesi apócrifo.

Atiramos aos pratos
a banha da cobra,
combinando a hora
e ela aqui.

Para si,
à proporção hedionda
da sua verdade. A vida
por partes, veremos,
se armando
aos ferros, céus.

O fugitivo renega
todos os temas.
Ver-me-ias beijá-lo
em cada volta ao bilhar,
incitando-o ao delírio
mais que a tudo.

Aqui? Entras
em despesas, uns extras,
se atiras ao ralo
as tuas lágrimas.

Um espectador flirta com
os armadores de ferro
e retém, à boca de cena,
até ver, um piropo
de redes encardidas. A maior
inocência de um monstro
é perdoar à criança
que foi já. O petroleiro
da Fortuna, abraça
a controvérsia
pondo tudo preto no branco.

A menina dos olhos nunca foi
lençol que se cheire.
Auto-suficiente, pinta
narcisos à boca
das urnas. Um amor,
de longe a longe.

Ainda assim, concorro
pelo vasilhame das palavras
lavadas em lágrimas
de crocodilo. Passaste à frente,
o telefone toca no quarto.

Deixa tocar.

Sabes tão bem quanto eu que,
é mais um morto
desta vida a querer
tirar nabos da púcara.

Daqui não saio não,
hoje. Todo texto perde a cor
da novidade
quando deixa de ser
de cabeça. A maestrina
matou a mãe
à esquina e assobiou
ao tapete uma lengalenga
sistemática. Sua música
é minha música.

Húmida aguarela de gente
corpo que se dilata
para dentro.

O jacto leitoso
toca o chão. Ela lambe
o chão, talvez
complicadamente. Fiel,
talvez vá ao futuro
da ofensa crescer
à esquina do inimigo.

Apertada, usará cordas,
enquanto meu silêncio
enxuto jogando
contra a história.

Somos a máquina
impotente, o abraço
geométrico aos papéis.

Versões de vidro
dos homens
a ver estrelas,
construindo devagar
a maldição acetinada.
Divinamente
Porca.

Não acertas com o buraco
com os dias nem se fala.

Mijas sangue
fora do penico.
Olhar de frente o sol
e espirrar, em ti
é tão natural como
perfeitamente letal.

Trocam-te as voltas,
ó minha puta
geométrica, sei. Sei
que és mulher feita
virada para a estrada
e já lá vais
de malas aviadas. Melhor do que
cuspir na sopa,
pisas a pedra nos rins
da máquina agrícola. Obliteras
os pulmões com uns quantos abismos
e gozas, de longe,
com quem insiste em te vestir
roupa lavada. Minha
última verdade.

Faz-me um favor.

Explica tu
à família de sangue
a disposição diferente
do sofá cambalhota
e o derrube do
napperon sobre a lama
agarrada às botas. Diz que não
estou para aí virado.
Te dou um doce, se conseguires
lhes dar corrida
para sempre, em dia
a combinar.

Dois quadrados vermelhos, um
rectângulo branco.

Entupidos de
rasgo. Dentes
amarelos.

Leve mão nascida
para ignorar
o infinito surpreendido
em trajes menores.

Nem sempre
a porta geme ao
destino. Sou
esta conversa acabada,
a doença da pausa,
fossem os nomes
por cento próximos.

O ventre dos símbolos,
violentamente decifrado,
repetindo a dança
estúpida da caridade,
cicatriz instantânea,
fantástica câmara de
ressonância do pesadelo.

Matar-te as estrelas,
suspiram por isso
tuas sombras.

Vamos para lá
nesta altura,
e à terceira.

Empanturra-me a febre
com óleo de linhaça.

Traça à mão
um plano desvairado. Nunca atravesses
fora da passadeira.
Já não é novidade andarmos
aos contrários. Comporta-te
assim como assim
a galdéria parcelar
que sempre foste.

Não buzines
à noite. Segura o volante
com a mão que te falta para
o tempero da mentira. Uma
rua um passeio de cada lado
e tu, estás para fora. Deixa
o melhor para o fim.

Adeus, cavalos
achatados. Adeus,
ininterrupta gravura
das posições.

Das estrelas, as mãos
inchadas, nascem
as humilhações.

Caimos em tentação
de abusar das expressões coloquiais.
Aqui para nós
que mais ninguém
nos ouve: há muito que
o cartão das bibliotecas
passou de prazo. É injusto,
sei, pois
nunca roubei
um almanaque que fosse.

Elevo os cantos
às cavalitas dos cães. Um
colosso elementar. A boneca
existência de um drogado
de quartas-feiras ainda
outra semana por passar.

Juiz de choque
em proveito próprio,
no sábio adeus
ao retrato tirado
por uma pena.

A História da Estética,
fraco manual para baladas.

Do original,
envenenar-me.

Serei na verdade
uma figura de dia, uma
diferença de plantas.

Morna fúria,
belos dentes
corrompidos.

Das batalhas,
as adivinhas.

O cortejo das carnes.

Um retrato adormecido
no brilho do pressentimento,
uma vontade
satisfeita. Muito prazer.
Os melhores
cumprimentos. É preciso
escrever os tiques,
a pele da ficção, o nome
da máquina. Falsificar
a coisa. Truques daquela
cabeça. Era tudo
escrito por essa
altura.
Oxicorte a traço
e ponto, o barato
da exposição às ordens
do punho cabendo. Ai. Não
compreendemos ainda
o fero perfume ganho
pela moeda atirada ao ar,
parada de girar
em pleno voo,
apanhada de boca
pela arrumadora de quartos. Aceita
a prata, nunca
a natureza de uma flor
incinerada pela alba.

Começa a manhã
a espingardar. Frui
a direcção oposta,
dedicada à unidade
da aparência. Evita
a biografia das ferragens.

Prédios discursando
sobre a ideologia extrema
das correntes de ar
e jardins de Inverno.
A rua é tomada
do meio da estrada.

Práticos bonifrates
de antanho, trocam ao calhas
o lugar da despedida.

Vestidos de branco
preto e vermelho,
escondendo mãos nos bolsos
da sua fuselagem. A rua
vai a subir e acaba
em arco. Antes do fim
há uma loja onde
flutua, na montra,
a miniatura de um
barco pesqueiro. Vende-se aqui
o Borda d'Água.

Um adeus de longe,
ao Caligari em fuga
pelo convés da alucinação.

Sou apanhado
no interior desse barco,
discutindo com o vizinho do lado
na casa das máquinas.

Um Deus pasteurizado,
que sofre a canção
antes do Festival.

Vitrais de tema insano.
O morbo psicossomático
exposto na paleta de
um desconhecido
ferro em brasa, experimenta
o plasticismo do entendimento,
simplificando-o. Insere lá
figuras de conjugação livre
e duas linhas de vida
presas à crosta de um
cetáceo alegre. Por aí fora.

Celebram, culatra alçada,
um sol-pôr de miséria. Artérias
de princípio e meio físico,
lagos tensos e obscuros
dispostos na vertical
do propósito. Quebra-se
o feitiço.

As taras, substância
lateral. Sufocante ângulo
atrás do fósforo
mandado calar
pela janela a dar para
o esticão do vento.

Aí estão os pássaros,
raios os partam.

Omitir a vocação e
largar a filosofia
no baldio mais próximo,
não sem antes
foder tudo
ao punho. Ai ai
não gostas não,
já o disseste, e repetes
para quem só
agora chegou.

É dos nervos.

Não levem a mal,
ou levem. Sobretudo,
censurai a ligação disto
com algo que vos seja
familiar. Façam bom
proveito, se é agora
que iniciam a refeição,
há-de vir o dia
e alguém,
quem é? Penso
numa personagem, e mais
não digo. Por dentro,
sim, sei
que já a vi
em algum lugar
antes, numa paragem
de autocarro, nas Finanças,
na minha cama bem,
talvez, não conto
vitórias, não
ando para aí
a dizer fodi
esta, este
o que for.

Deixa-me agora
reiniciar e actualizar,
ler os de agora.
Estações de serviço
inacabadas.
Painéis digitais, atados
com palavras cruzadas. Numa rua
sem saída vai
bem lançada
a luta de galos
cerâmicos, afagados
uma última vez
no vidrado pela mão
que os conduz, direitinhos,
à carnificina. Escondem
eles a identidade original
do facilitador. Deitam, a gosto,
poeira nos olhos. O programa
escondido do mestre-de-obras
é claro: dever-se-á circunscrever
a aplicação de talha dourada
às zonas húmidas.

A cosmética dada
a colírios de género, não se olha
os dentes seus
podres, quem não sente
a halitose de boa gente
por dizer só
merda. Estendemos a mão
à milha expressiva. Faz-se
o que se pode. Faz-se
teste de cores
em separata regressiva, demão
arrependida do tom
dado a quem
se vai render.

Obcessões em desalinho,
apanhando do chão
suas puras formas não
instrumentáveis. Doença é doença,
não vale correr
os sucateiros
à procura da peça que falta.

Um perfeito disparate,
os movimentos opostos.
Qualquer esquina, é uma
divisão por pintar
e carapuça por servir.
Era o orate alimentado
pela cólera fácil
de uma unha partida
a pregar partidas. Coisas
sem importância, dirão.

Prego é prego.

A côdea do mistério, é aparada
no aspecto íntimo e indiviso.

A bela arte
das paliçadas dispostas
sobre a primeira linha
de mar. Depois,
a prioridade é dada
às superfícies que se desapegam
sem dar luta,
do seu coração. O vento
é estreito, se treinado
para a cabeça
do fósforo arriscado. Nafta
presencial, simplificada
pela fixação incendiária
num beiço caído.
Infestos de estanho.

Figurinhas infantes, recortadas
da bobine dos costumes.
Coalho cromático.

A roda, desgovernada,
dos alimentos. O cautério,
desassombrado, do horizonte.

Erramos o exosqueleto
da farsa avançada.

Impávido e sereno.

Agora. Disfarça.

Vão a separar:
a limalha de ferro
do pó de arroz.

Pôr a nu
o ornato do suicídio,
cobrir qualquer oferta
de espiral a salvo. Faz-se
o filho por distracção. Dá-se
por requinte o nó
à dúvida espacial: há espaço
para mais um
morrer apertado, desprotegido
pela gaiola da comunhão.
O sermão digital, iluminando
a nave dos pulmões,
garimpando sem sucesso
a tesão prò recém-chegado. Criar
laços carnívoros,
aconchegá-los à idade
do desajustado em negação.

Um bom prato de lentilhas,
o amor a quê?

Parece difícil
o desapego à matéria
emotiva, parece. Quando
é tão fácil
despedir a lágrima
da chapa do rosto,
e matar as presenças
com a música certa. Endossar
nesse corpanzil em febre,
o fiado instável da palavra
amor. Outra vez
ela?

Musgo. Marga. Massapão
para o Diabo,
esse imprestável canhoto
na hora da nossa morte
por todo o lado, ainda
por pagar. Às prestações,
devolvemos a infância
ao primeiro melro
da manhã. Ouve bem,
é isto. O remoinho
dos teus lábios à cor
burro quando foge?

Uma esquadria
de lanternas prometendo altar
à nossa pressa. O cristão-novo,
calças arregaçadas
até à chaga da coxa, metido
até meio do espelho
de água, recolhendo todo
níquel atirado a braço
pelos perversos esperançosos
num amanhã de faltas.
Aguada castanha.
Passadeira vermelha.

Um reflexo ferido
de assunto, a página de breu
aguardando a vez
da escrita invisível
dos limões e garrotes
de elastano.

Máquinas de
traço pouco exigente,
afagando à margem
o sinal de nascença de uma
erva aromática. Vestindo
o albernoz tamanho acima,
a paleta tímida da alma. A cicatriz
perpendicular, levada à boca
anda daí volta para trás,
calcorreando a curvatura
de cabeça desaguando na nuca,
morrendo lá.

Literatura a
esta hora? Tem
juízo.

Encontramos a seguinte
peça desenhada,
embrulhada em papel
pardo: reticulado urbano, exaltado,
com anotações à margem
denunciando que terá sido
gizado a pensar no
mercado de futuros,
aposto com a palavra
CUMPRA-SE carimbada
em azul.

Sépias? Opacos
quê? A bainha
se basta do pano
dobrado para dentro
um par de horas
o suficiente, para se passar
boa impressão de si
ao outro que não passa
de nós nem esfregado
com palha de aço
e creolinas. A estrada tem
uma curva ali à frente?
Já vês!

As cores são vitais
aos automatismos?
Quem pergunta?

Inclui o ataque na estimativa
do próximo passo. Nunca
um sorriso esteve
tão fora dos gonzos.

A crítica se ainda a há há
de vir, vibrante,
rilhar-te os suspensórios,
travestida de Domingo. Dançando
a céu aberto, atraída
pelo despropósito de uma
acção de despejo,
bastante concorrida
por sinal,
no quarto partilhado
dentro da jaula além
vês? não te tinha dito?
atravessada em cima
do passeio no parque
temático. O hóspede se
se deixa dormir aqui,
paga e não
é pouco.

O melhor palheto, refundo.
Há dele num garrafão
depositado no fundo do poço,
para o dia em que deixar de
não beber. Matar o tempo, sóbrio,
poderá ter sido
o teu melhor projecto.
Balanço na rede,
ao vento e de olho aberto,
com vista para o zero
absoluto. Não há?
Pede outra
mixórdia à la carte.

Duplos movimentos de células
animam o espargo,
das contorções animalescas.

Suaves desvios ao sangue
simbólico. A poesia
faz uso de peças
mal e porcamente
cortadas ao lombo
do instinto. E é tudo
o que podes fazer por ti,
gozar com a Fortuna.

Acentuar a estrutura
do desperdício, fazeres-te
um homem nada
decidido. Matar o próximo
ou beber água por um copo?
Venha o Diabo e escolha.
Prata. Cifras. Outros meios, para
o derrube das fórmulas.

Leitmotiv de gargarejo,
de abuso, trota a colcheia daquela
puta. E pimba. Já cá
não está quem falou
demais. Para o outro
o ego é tapete
para onde se esporra
noite alta picotando,
gota-a-gota,
a figura de série
que aí se encontra. E
só.

Foste feliz
uma vez. Isso
passa. De uma avenida
com flores à esquerda
e à direita, passaste a uma
avenida com flores
à esquerda e à direita e
umas casas à frente. E então?

Nicles. O que é a inocência de um
fraseado, senão
uma colecção
de linhas rudimentares
pedindo explicações
à puberdade dos antigos.

Sete cães a um
osso.

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