sexta-feira, 16 de maio de 2014

meio Início







Da mãe altera-se a respiração
Do mundo – nasci flora, branca
Sensibilidade na terra
Misturada com o daninho
Das construções
De pé – nasci de uma
Faca em flor

Passam os dias e passa
Um comboio – sabe-se
Pelo vento que transborda
Da linha, do caminho
Vocifera a besta a um
Algodão passageiro que se solta
Da composição em movimento
Pela plataforma espectro
Ausente
Da gravidade das coisas com peso
Morto.

Leve insustentável
Dos tecidos que gritam
Por superficial enquanto eu
Atento à mecânica
Dos tambores distantes – Forest Swords

Interior ao ambiente
Um telefone antigo que é
Discado por cima
De uma voz –
– Off.

Dita próxima a paragem
De ninguém
Atende!
Meu barulho
O coração, substituído
Pelo perpétuo dos carris.

Cristo a ponte
E um avião
Em um céu
De cinema.

Desloca-se sumário o ponto
De interrogação à superfície
Dos olhos
Altera-se simples a geometria
Do nome encarnado na cidade
Da única cor.

A chama em filme forçada a ser
Inicio, apenas
Isso de catástrofe.

Com letras e números cega-se
E das coisas mortas constrói-se
A ausência
Em altura.

Irrompem: acidentados
Pelo cruzamento um coração
De peixe inverso, outro
Animal d`escamas
E evitam-se frontais
Ao entaipado das janelas.

Falseia-se um sol no tom
Da angústia o sangue escorre
Pelo rápido dos olhos num ponto
É linha, de branco
Se anoitece na presença digital
Das aves de espaços fechados
Por dentro.

Descentradas duas pessoas
Da melancolia a luz acumula-se
Pelos cantos.

Ensinaram-me o medo num espelho
De águas profundas e não
Sabia flutuar.
Partilhava ali o líquido
Com um polvo aterrorizado
Pela nudez dos meus parentes, eles
E eu
Apanhava um percebe de quando
Em vez da rocha
A meio.

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