O cão agora desperto, rosna
Pelo
dia o seu
Abandono,
um barulho que trespassa
As
lajes, pouco mais
Difíceis
os seus ossos.
Em
cada piso, em altura, pouco menos
Audível,
quando
Aqui
chega calmo.
Pelo
prédio escorre
Um
silêncio impossível
E um
estendal de aço é
Percutido
de um lado
Paro
o outro.
Os
pássaros atrasam-se
Pela
manhã, automóveis domingueiros
Deslizam
pela mudança
Que
se lhes permite
Passarem
despercebidos.
O
sino dobra
Pelas
onze horas, se liberta
Das crianças
o grito
No
dia que é
Mais
delas dizem – Vão ser:
Velocidade
Floresta
incendiada pelas costas
Animais
dóceis
Mais
delas dizem – Vão ser:
Vão
ser um
Acidente
por onde passam
Incólumes
à tangente
Dessas
crianças, três
Fogem
do destino, as outras
Vão
ser o que quiserem, onde se puder ser
Nuvem
rigorosa no contorno, longínqua
A
cidade horizontal
Dos
bichos.
Uma
cantilena soprada
Nas
gargantas
Pelos
desocupados, se memoriza
Cada
título gordo
De
tinta num jornal, em papel
De
extinção.
Este
dia é outro
Dia
que se arrasta
Imperceptível,
alguém
Engana
alguém
Em
algum lado
Isto
acontece agora.
Beijos
dados
Por
engano, a morte
Simples.
As
cabeças deixaram de ser
Divididas
por linhas de água,
Passaram
a ser
Corpos
polímeros, encravados no molde
De
um sorriso.
No
café do bairro, à esquina
A
voz se engrossa do caudal
De
um nome, a igreja
De
quase todos é a maior
Entidade
empregadora
De
machos recentes, acabados
Por
nascer numa paleta colorida
De
indefinição.
Se
gostam e mal não há
Nisto,
dos bigodes e barbas
Caem
casamentos que se não entendem
Na
hora da anestesia, as crianças
A
haver sol, pedem mais
Gelado.
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