Range
o carro
Dos
bois, a paciência
Estática
pelos molares. O par
Imperfeito.
Estopas
de feno
Disposto,
o incêndio dissipa-se
Pelas
narinas.
Silharias
de pedra
Arrumada,
por mãos
Ancestrais.
A
loja dos animais, observada
Pelo
soalho perturbado de orifícios, a espessura
De
uma espécie moribunda.
Range
o carro
Dos
bois, a temperatura
Resfolgando
rente
À
laje intermédia, entre nós
E o
esquecimento.
O
traçado da insónia
Isométrica,
corrigida
Pelo
ferruginoso
Dos
anos.
Actos
trágicos, polvorentos.
A comiseração
Pelos
loucos, entoada à boca
Pelas
velhas, o hábito
Transparente,
a aguardente.
Lameiro,
cortinha, o bairro d´além
Chão
de silvas.
A
inclinação dos homens
Pelos
pastos, o gado
Desinibido
por disputas
De
sangue.
A
ocupação não autorizada
Pelo
senhor das terras, a angústia
Em
número inferior.
A idade
menor dos pastores
Mestiços,
cruzados
Com
a doença pestilenta
Dos
caninos.
Matam
por forro, pelo que
Nasce
de novo.
Suavizados
pela maldade
De
um corpo, com dias
Da
morte. Desencontrado
Pelo
horizonte da serra.
Paus
imperfeitos, sangue rombo
Pelo
corpo. Os braços
Do
cadáver lateral.
Plano
aproximado: veias
Empaladas
por espinhos
Da
morte. Célere
Circuncisão
de sentimentos.
O
idoso desse dia – transmite-se
Pelos
contos. As gerações
Se
entendem.
Range
o carro
Dos
bois, o lamento
Da
vida na terra.
Poemas
rigorosos
Na
intempérie. Proposta
Pelas
palavras distorcidas
À
luz. Na boca
Em
chamas.
Sazonais.
Água
gélida, uma lâmina
De
reflexos – louça esmaltada – assentes
No
intrincado dos ferros
Dobrados,
antes do chão.
O
rancor da criança
Aos
gatos, a sirene
Em
aflição. São colocados
Ao
alto, terrestres
Pelo
rabo. Ao encontro
Do
empedrado de saliências.
Uma
varanda infinita, aos olhos
Recentes.
Cumprimentos
Dos
vultos que se comprimem
Pela
memória.
Fatos
forçados a um domingo
Pelas
costuras. Pelos sinos
Massacrados
à corda.
Candeeiros
de azeite, frases curtas
Pelo
punho próprio. Diálogos
De
gume afiado: machado, faca de matar
Porcos.
Isto entre irmãos,
As
suas conversas interrompidas
Por
anos iguais
De
inverno. A intempérie
Da
pele, envelhecida
Tradição
oral. Os nomes:
Mudo,
Sótão, Correia, Queijo.
Chacho.
Coordenadas
pela noite, as mandíbulas
Postiças.
Acredita-se
No
homem que se aproxima
Do
seu animal.
Ardem
ossos, sobrepondo-se
Ao
contorno da labareda
Fictícia
do breu.
Armadilhas.
Encravadas
Pelos
membros. Em sangue
Alternam-se
as raças,
Se
indispõem pela serra:
Lobo
e javali, à vez.
Se
agasalha. O transmontano
Se
fermenta, por frases
Curtas.
Metamorfoses
espontâneas. Pelo fumeiro
O
fogo passa por casamentos
Em
fumo. Ajustes de contas
Por
um animal
De
colo.
Pela
largura do vime
Se
inscrevem as heranças.
Veios
de terra, a superfície
Esventrada
pelo aço, de alçado
Invisível,
pela pedra, sai
Um
lacrau.
De ofícios.
Estilhaçados
Os
santos, pelo foguetório
Se
anunciam. No inferno
De Agosto.
O
ferrador, tribal
Anunciação.
Marca o ritmo
Das
pedras. Animais calmos
Alteram-se,
no contacto
O
casco se desgasta
Pelo
aço.
Se
renova – compactação abreviada
Dos
excrementos abandonados
Pelos
caminhos.
Par
animal-máquina
Entrelaçados
por correias
De
pele descontinuada, uma
Geração.
Par
animal-máquina
Cão
e homem, afogados
Pela
santa
Saliva
do primeiro.
Árvores
derramadas pelas horas quentes.
A
roupagem ouriçada, em contacto com
Um
ser monocórdico. O céu
Pelo
azimute da discórdia, água
Pura.
As
crianças vertem sorrisos
Alcoólicos.
Vermelhidão, uma
Pontuação
no rosto.
Cerimónia
rude, à refeição
Se
encoraja o grito.
Crepitam
incêndios, pelos olhos
Se
aponta uma ordem.
Às
mulheres curtas, essas
Carregadas
nas albardas com
Os
restos dos braços, dos homens
Adormecidos.
A
mão no peito, enquanto
Os
olhos em movimento
Trabalhado.
Pelo espaço
Deixado
à guarda
Do
ferro.
Pedras
arrumadas, não
Pela
mesma mão
No
peito, enquanto
Se
enlouquece de tons.
Um
autocarro de marca
Volvo.
Matrícula: Turismo
Na
companhia Novo Mundo, ligação
Bragança-Lisboa.
Os
lugares vazios, num momento
Registado.
Máquina vazia
Numa
hora, dois vultos
Assomam
o desconforto
Pela
porta da paisagem.
Bacios
quebrados, por onde brotam
Versos
de raiz, naturalmente
Enquadrados
na interrupção
Da
laje. Um mundo de roupa
Sem
cor, os dentes
Inclinados
entre
A
serapilheira e a serra.
Quatro
mulheres, um telhado
Nas
costas. Um espaço
Em
branco.
Foi
um ano de lenços
No
cabelo? Uma ombreira de dois
Monólitos.
É um
cão.
É um
cigano isolado, dois pedaços
De
corpo separado por um
Cinto
de corda.
A
criança é a última
Figura
à direita: migalhas a
Um cão
insone.
Um
olhar moribundo.
A
criança é a última, interrompe-se
O
trabalho dos vultos, estes
Ajoelhados
pelo opaco
Da superfície.
As mãos
Sempre
ocupadas com
O
vazio.
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