Espaço
por encerrar, continuadamente
A
tracejado. Se comove a terra assim,
Em sua
camada vegetal. Escarificada,
Despida.
Operada a peito
Aberto.
O coração das coisas é
Lamento
de todos
Os significados.
Me repito.
Reverbero
A luz
que me é confiada
Pela
faísca da geometria, intersectada
Por teus
ombros. Meu meio-
-dia
de afectos.
Braços
rombos erguem
A espátula
comum aos sentidos, todos
Tos removo,
esses óleos
Dos últimos
acidentes.
Pulmões
plantados, pela raiz
Do vento.
Mil lugares
Afagados
pela mão
Elementar.
Quando irrompe,
O desejo
é a rama saliente
Do teu
tronco.
Teus
pés beijados pela maré
De destroços,
uns
Barcos
antigos em discrição,
Tuas
veias longas em ruptura
Das
paredes. Ascendem ao céu
A respirar
por tubos.
Lã
tresmalhada
Descobre
o corpo que se afasta
Pouco
mais, para um
Piso
superior.
Lábios
afloram a palavra
Em silêncio.
Se vinca o rosto
Em apóstrofos.
É afiada
A faca,
animada pelas entranhas
Da matéria
a que se dá
Nomes,
multiplicações ao acaso
De números
e suas coberturas
Inclinadas
para tudo.
A impossibilidade,
nada mais é
Que atmosfera
fértil
Por lavrar.
Pela mão invisível, o lugar
Ocupado
pela particular
Semente,
o segredo
De cada
palavra em formação, uma frente fria
Em degelo
pelos ossos
Absurdos.
Pássaros
de interior, insensíveis
À cúpula
escancarada, assim
Se apaga
esquadria marcada
Pela
cor azul, baixa chama
Transformadora
de um sonho
Brando.
Voz carotadeira
atravessa,
Viciosa
circunferência, a superfície
À vista
desarmada. Material
Circulante,
impelido para uma
Das diagonais
do mistério.
A pele
à luz
Do acaso,
se vinca.
Minhas
lágrimas, aprisionadas
Limalhas.
Pelo canto em ângulo
Dos olhos,
onde o mar
Ensaia
a corrosão
Da memória
em imagens
Lambidas
pelo zarcão.
Minha
família –
Sou da
mãe e pai além
Da mulher
que transfigura
Meu animal
em gesto
Reconhecível.
Minha filha me faz
Falar:
Da noite,
Quero
o luto – em raiva,
São os
cães.
Entrelaçado
de nada, o cordão
Do mesmo
sangue que nos separa,
Qual
Tejo impertinente
Entre
as margens. Redemoinhos
Isentam
a memória de outras
Responsabilidades.
Terminam
No final
dos meus braços. Palavras
Ancoradas
na parede
Resistente.
À espessura
Do meu
entendimento, sobram as vagas
Mar dos
outros, descontinuado.
Abandono-me
à mobília, a uma data
Qualquer.
O pesadelo é reparado
Sobre
os ossos, quase ofício
Esquecido.
Essa a arte
Do estofador
das almas.
Zona
exígua parca em madeiras,
A única
cadeira disponível. Onde
Sou velho
mal tratado, pouco
Vestido.
O último órgão se despede
E me
abandona à sorte
Do último
suspiro. Parto
Difícil
a terra, outra mãe
Que me
engole e acomoda
Em seu
ventre alisado
Pelo
caminho das formigas.
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