A passo largo um metro se mede em
cada passo, à distância se provoca a cidade – e como se inquieta – com o
cilindro do calcanhar; sua raiz sôfrega por almas, em sua fundação revolta a
terra, que se compacta em infinitas camadas no meu olhar rasgado – separador
central – essa estrada de duas vias, atafulhada por todos os pensamentos em
trânsito.
O sono é leve, o sonho é sempre o
mesmo: tua repetição pela fenda do acaso, nossos ossos em vertigem pelo vazio.
Somos o interior às colinas (estas
colinas imitam o contorno das tuas ancas, e existem nelas ruas mais calmas) e
barulhos de uma tempestade por extenso, múltiplos braços em papel de cópia que
se dobram a partir do movimento de um outro, seu aceno rarefeito, este gesto, que
se confunde com um acto de agressão ao céu destas coisas por dizer.
Onde sou mudança de direcção por
assinalar, à pele, uma inesperada e brusca inversão, provocadora de uns
significados retorcidos, enquanto a perícia não se forma no peito do que
escrevo.
Uma corrente sanguínea, interrompida
por um dedo tombado no pulso, a palavra âncora lançada na minha direcção, para
o uso que se entenda dela, como forma de ligar todos estes ilhéus de origem (é
verbo palavra) vulcânica.
Um semáforo intermitente – tingido
pela cor de um horizonte que se desprende do dia em que acontece, uma e outra
vez até que doa, circular infinitivo, determinado e preciso, entre a espada do
mar e a parede do céu – avisa a palavra dos cuidados a ter, se quer chegar com
o corpo inteiro ao outro lado da mesma estrada.
Lhe dou a mão e atravessamos, por
minha pena e risco.
Formo meio ângulo, transferido pelos
rins, com aquele bêbedo que ocupa nosso mesmo palco de vidraço; suas palavras
são também, em parte, minhas, e esvoaçam, misturadas com os pássaros. Com os
pássaros vão, nessa direcção, conquistando terra ao céu.
Experimenta o bêbedo várias bocas, e
se posiciona nos vários lugares que o alteram e lhe desfiguram a tonalidade da
voz em vários graus, a geometria da manhã na garganta.
O mais próximo que se tem do mar é a
mecânica das águas, em tiros disparada pela fonte da praça, ondas espaçadas,
transmitidas ao mundo em morse de lágrimas fingidas, a bater em outro mar que é
o rosto.
Por instantes, desaparece o actor e
sua bebedeira de sílabas.
Não me volto não o procuro não é
preciso, pois ouço o pânico dos que se incomodam nas minhas costas com a peça
representada, que reconhecem como sua, uma e outra vez, em algum dia mais
verdadeiro nas vidas que vivem.
«Bebe» …assim penso e aqui digo até
mais não poder… «e não pares por nada por favor, veículos ou vermes, afoga-te
no mar da tua melancolia. E chora; chora por todos nós, que te entregamos em
mão uma carta-branca.
Altera esta carta como melhor
souberes, e remete-a ao verso do tapete na entrada para as nossas moradas. E
não esperes resposta».
Nivelo, assim, com fios do meu
azeite, uma fiada mais desta alvenaria de imagens arrumadas à mão, de um mesmo
lugar que é a cidade, onde me levanto, vergo as costas, e persigo o próximo
bebedouro pelo terreno.
Tenho tempo ainda de, com os olhos,
embalar o bebé que passa, empurrado por uma personagem em saltos altos… «Dorme
bebé, finge que dormes, para a mamã – ou lá o que te seja essa força que, de
aqui, te leva – não se perder em cuidados».
Quase toda a parte negra de um
enquadramento, interrompida por um olhal a fazer pouco do céu da agulha, por
onde cai a lágrima de cordame que suspende a tábua à lei de um homem com a
tarde toda para ele, no seu afã betuminoso, a tapar todos os poros expostos à
doença da corrosão, breu na ponta da mão correctiva, a mexer a sopa da noite a
partir da lata aos seus pés descalços. À superfície das águas,
assoma o invólucro de um monstro cruzador de tempestades. Tímido e temido junta
os dois no singular de outra coisa.
Dois outros homens assobiam seu olhar
para o lado do motivo, olham assim um movimento que nos foge da vista; enquanto
testemunhas, vemos o reflexo desse movimento que acaba ou passa a ser outro
movimento, enquanto matéria observada em planta.
Anjos de sódio de que nos esquecemos,
violentamente, no puro engano das águas, na parte interior de um lenço, dobrado
longe do vento, e assim se dissolve o monograma da solidão.
Para ser primeiro o plano se desfoca
lá para trás, o que se vê e não, refeição desta hora em cru, sobreposta às
espinhas dos ponteiros no prato do relógio. Sorridente, a morte é mulher mal
vestida de mortalhas, dobrada na cintura a mão escolhida para a clausura.
Selam-se os sarcófagos do olhar.
Tem como companhia outra como ela,
para não ser sempre a mesma.
No porto, amontoam-se embarcações
estropiadas nos seus corpos, são visíveis as marcas da dentada do mar a
atravessar-se longitudinalmente, aqui e ali interrompida por alguns marinheiros
na hora da refeição em terra, partilhando louça esmaltada por onde escorre a
gordura das espécies que levam à boca, todos dizem a mesma música na sua última
nota simultânea; instrumentos de sopro, um líquido – vários graus de escura
poesia – que se lhes escorrega goela adentro.
Usam o cabelo rapado nas têmporas e acima
da nuca, o que sobra da felpa é incomodada de perto pelos calos de suas mãos em
pólvora. O recorte das serras neste cenário de madeira, onde ensaiam a
melancolia segura do cais, enrolada em montículos e disposta em pranchas. Tudo
ligado a um outro por fios, partes escondidas por algum oleado sobre isso
dobrado, pousado com o cuidado da arte dos homens.
Pregos, migalhas e letras brancas
sobre a cor da noite e esta a incomodar a quietude das embarcações. Varinas
nodosas, vestidas com o tecido que sobra à noite, por ela cantam seus madrigais
de saudade aos homens; choram rosários de lágrimas, no peito vertem o mar que
seus homens engolem à força e, se nada ou vento as interrompe, falam entre si
por entre as músicas, pelas mãos, levantando a vela do sobrolho, dando às
palavras a tempestade que falta a este dia sem relâmpago.
Seu olhar navega entre as duas
margens do rio. E concentram seu pouco peso nas telhas do beiral, um ou outro
fora do seu conjunto; alva dignidade alisada pelo seu corpo de pássaro. Um
punhado de olhares, lançados como pedra chata a rasar as águas para onde se
projectam. O casario conforme a tarde e o ano, acotovelando-se encosta abaixo,
quase abraçando um barco que chega.
Entorna-se o ar para dentro dos
pulmões, se obriga o tempo a ir para outro lado, parando tudo entre isto e logo
o horizonte. Rebocos descosidos sobre o corpo dos edifícios; o apontamento de
vegetação, que estrangula o zinco aos tubos na sua queda para o chão.
Os pássaros continuam no seu lugar,
sua sombra inerte tão pequena, concentrada, pouco mais que um traço vindo dos
olhos a encontrar o lugar das asas – aéreos, escrevem uma pergunta só deles;
frases incompletas que avançam, inclinadas, pelos telhados sobranceiros,
alimentadas pela tinta dos barcos.
Os barcos lavram profundas fendas na
cor do esquecimento; branca incisão, fronteira entre quem aqui está e quem está
do outro lado onde seja.
Tudo por tão pouco tempo, linhas de
terra provisórias, a alimentar uma ordem diferente nas coisas antes que o
deixem de ser e voltar tudo a se misturar.
Marca meio-dia menos um quarto; as
estátuas se dispõem em algumas posições por onde passam os ponteiros do
relógio, braços abertos a receberem o sol na sua pele envelhecida. Corpos de
gente afastados pelo olhar e o que demoram aqui a chegarem, como vírgulas do
mesmo fraseado. Edifícios antigos imaginados como fósseis – antigos roedores da
camada subterrânea, agitadores da argila negra – olham pelas bocas que escondem
em seus estômagos revestidos de cal e madeira das naus idas ao fundo, suas
escamas inclinadas protegem as várias molduras da memória.
Um tempo do mundo, encrespado ou
rigoroso. Cegos de toda a poeira se amontoam pelas ruas e pelas janelas, para o
espaço atiram migalhas de pão e remelas pelo canto de uns olhos branqueados
pelos cortinados que os fecham.
Pedaços de movimento capturado em
anos diferentes, dispostos lado a lado, flancos acessíveis à comparação
esquisita. Figurantes recolhidos pelo punho, atados uns aos outros com a
indiferença de quem os olha pela outra metade da vidraça da alma. Dispersos,
incontáveis. A mala das viagens e os sapatos par a par encerados, uma pele
curada pelo seu velho dono; a ruga pelo corpo e suas roupas um só Inverno. A
mão visível chave de bocas, termina no polegar pousado na cicatriz do rosto;
muralha atrás da qual guarda o seu mistério. Este homem e seu olhar, estendidos
ao vento; em ângulo traçado sobre um mecanismo de rodas, estrutura assoalhada
com madeira usada, manchada dos óleos da rotina – um transporte que aguarda a
bagagem de quem chega à gare dos comboios, desavindos do seu lugar de origem,
estrangeiros descobertos na sua língua, por outras palavras fora de si, por
entre os arquipélagos de todas as nações por ali espalhadas. À luz do dia,
continentes de todos os semblantes à deriva no interior de cada um, seus
familiares correspondidos e registados como motivo para o silêncio.
Um muro se aguenta revestido com
palavras, um corpo se reveste com o texto que aguentar. Homens trabalham o
vime, entrelaçando-o por entre o céu e a pérgula do miradouro. Eles dispõem de toda
a cidade, têm-na a seus pés mas para ela não vão de olhar pois não é a sua essa
profissão. Constroem tectos ao mundo, dando as costas ao céu.
A bandeira do país enorme tecido, exposta
como toalha das refeições – na base do arco, cumprindo uma circunferência a
meio, no estendal dos deuses. Em um relógio universal, pouco passa do meio-dia.
A meio de uma das ruas mais extensas na capital dos estrangeiros, se reúnem os
amoladores de facas, em pequenos grupos, e não atrapalham quem passa com o
pedal da sua conversa afiada. Fumam, discutem, anulam faíscas com os perdigotos
das suas bocas, um nevoeiro ébrio cria uma estação só deles. Se conformam pelo
gesto das mãos, se abre um guarda-chuva e se fecha, contra a proximidade dos
pássaros que regressam.
Véus estáticos atam o preciso momento
da passagem dos transeuntes, acertam seu passo na hora do meio, lá no fundo da
rua – do interior dos edifícios são adiantados candeeiros na ponta da vara,
segura por um pulso tremeluzente. Protegida da luz nocturna, e do corpo a que pertence,
se passeia uma pergunta no meio das outras, àquela hora do dia. Um vão de
janela, desenhado com boas dimensões, tapa a vergonha interior ao remoinho na
cidade; um vestido branco de persianas, do lado de fora um corpo abandonado à
alcateia dos seus pensamentos. O cajado da vida, suspenso e vincado na ombreira
mais próxima. Um coelho fora da sua gaiola, uma cama de ferro a brincar; um
tapete de vidraço, interrompido nas orlas por passos apressados e pernas
incompletas.
Rádio a pilhas, com a cassete da
velhice encravada por entre os molares da cremalheira – o compasso da loucura,
mensagens escritas com letra gorda em cartões de mau corte, atirantadas à
fachada que dá com a rua. O mágico está cansado, desaparece do ar e aparece no
chão, sentado na pedra do piso, e lança adivinhas com os olhos, por cima da
rede vítrea da sua dioptria mundividente. A metáfora da mão à altura dos
ombros, pousada em outra mão, ampliada pela retórica publicitária. O vento do
final da tarde, liberta a asa do hábito rente ao dispositivo do corpo;
instrumentos de sopro atacados pela nota nostálgica. Os verbos pisados pela
calçada. Avenidas de pedra (rasgadas na cidade do meu olhar) por onde se demora
um casal a cruzar sua espécie de mãos, dadas à superfície deste motivo. A
camada de base, filtra o desencanto dos seres subterrâneos; sua asma se escapa
por entre as fendas desenhadas no papel da paisagem. A alma em esboço se
completa na diagonal consentida, bujardada no peito dos homens.
Ao lado o chão, em avenidas maiores
onde se aclara a voz em direcções; outro chão onde se dá o encontro entre uma
mulher de costas, pernas atrasadas na minha direcção, e um brinquedo de lata
estacionado ao eixo da faixa de rodagem (ao seu encontro, em atropelo, uma
criança que arrasta seu cão em pequeno, patas e pernas parte do mesmo vento,
suspensas na frase – menino-esfinge, separado da parede onde foi desenhado,
sombras em planta, corpos sem cota – todos dispostos para a fotografia que o
céu lhes tira. O gato a que chamo guarda-nocturno, apanhado a meio da
escadaria, interrompe a noite com a sua língua, que avança por ela em espiral –
instantaneamente no lugar desta obra onde nos encontramos, constrói o gato um
arranha-céu de olhos à altura da minha fachada em vidro. Fico onde estou;
aguardo a festa do seu pau-de-fileira e aplaino o peitoril do miradouro com
meus braços em sangue. Assim se forja o sonho, e como se retorce em conceitos
curvos – espaços preenchidos com armadilhas, à espera de um pensamento com cachaço.
Na primavera da pele se dá, em flor,
uma flor de lua. Matéria de contrastes, pisada no almofariz do entendimento. Conto
espelhos e cobertores, pedras de fecho. No final do dia, recebo nunca menos que
um ferro gateado no lugar do coração. Ao gato, esse, tanto lhe faz subir ou
descer, continuar por ali ou desaparecer desta estória, que se conta com a mão
encurvada no seu pêlo – os degraus são em igual número para a frente e seu
tardoz, e lembram um meio-início dito para dentro por alguém. Parece o narrador
preferir agora o murmúrio à tempestade de areia solta na noite da memória algum
tempo antes, em vagas sucessivas, até ao naufrágio de um final que me dedica de
viva voz. O dia nas primeiras horas se drapeja: é um tecido amarrotado, alvo,
interrompido nas ilhoses das esquinas, onde existe esta mulher vestida de
negro, que empunha uma lança solar para levantar o pano ao tempo. Ateia a luz
ao princípio do pesadelo, e se afasta devagar, arrastando umas socas debruadas
com os signos do zodíaco, em prata de lei.
Um homem mais aflito se encosta à parede
dos fundos, e urina em cima dos atacadores. Sua mulher aguenta, e vem à rua
depois de todos, escolhe a grade de um sumidouro à medida das suas ancas, baixa
as saias (um número como outro qualquer), se rebaixa ela mesma e anima as
ratazanas com a sua chuva.
Insiste alguém a descer por onde
desceste tu, e aponta a outro o muro da sua vergonha, guardado a meio por um
anjo degolado. A roupa da cidade com os seus motivos, vincos de vidraço e
betuminoso, passadeiras que se atravessam sem olhar, e outras que se não
atravessam quando a estrada está vazia, traiçoeira ao olhar – assim se esconde
o movimento, que virá abrupto das margens de um plano de cima (uns corpos
sobrepostos, construtores de outros), texturas de zinco, longarinas de pele,
palavras descofradas no dorso da poesia que destrói a partir do abobadilhado
dos versos, em coberturas prolongadas pelo ar do céu.
A estrada dos navegantes, desenhada
no tapete da praça, aponta tudo à sua volta, estagnando seu vértice onde começa
o mar dos outros.
…
«Tenha a bondade de me dar uma esmola» …verbaliza o cego, vestido com as cores
deste país, barriga à mostra, tudo deixa cair no chão do metro, todas as moedas
que lhe atiram, tudo ignora e assim continua, não olhando para trás.
Se encontram ruas em entroncamento,
com o sinal de direcção obrigatória colocado fora do seu lugar. Somos nós,
vírgulas inquietas, imagens iguais aos olhos dos pássaros. No lugar do
candeeiro, transcrevo a passagem dos outros para as páginas do que, aqui, fica
como ranger de dentes, meu e só, uma pontada de esmero e sobriedade no que
esqueço imediatamente. Estico os suspensórios à ponte, e grito à ferrugem dos
peixes. Mordo o isco de uma canção.
Motores atirantados ao céu-da-boca
escancarada na hora do meio-dia, depois das outras. O fruto velho do corpo, abandona
sua árvore, provocando a próxima morte à sua frente – torce seu pé, na direcção
da placenta do rio, e aí fica -, conta bichos e sinais no corpo liso de
lembranças. O que foi, ninguém sabe nem ele. Assim suponhamos, de mãos nos
bolsos, enquanto enfrentamos as mesmas águas, que se projectam pelo seu olhar. As
lágrimas ao rio, por um vento de Norte. Meu deus quem são aqueles ali, um casal
que grita Esperança à filha e a deixa morrer debaixo de todo este entulho,
antes do velho.
Um caminho de máquinas, traçado
provisório junto às águas calmas entre as margens, percorrido por um grupo de
insolentes, desprendidos da realidade, ligados todos por fios, registam entre
eles o final deste dia em que são, eles próprios, capturados pela memória
impressa. No mesmo lugar, uns dias antes ou depois, senão em anos diferentes,
atraca um olhar vindo de fora, do outro lado, centrado no pórtico, amaciado
pela mão das estações. Distraído, um dos olhos se interrompe do outro, e pousa
na figura de um pássaro faroleiro. Uns quantos passos no mesmo lugar, é já a
isometria da praça traçada a partir de um esconderijo a céu aberto, ocupado por
uma rapariga que lê um jornal sem data. Seu rosto contra um momento de sílabas
ventosas, vindas do rio. O dedo indicador atravessado na boca, os cabelos
despenteados sobre os olhos. A laje da alma, cofrada em perpétuo, pronta a
receber todo o pensamento plástico, que por ela se derrama a partir de uma das suas
pontas soltas, para o meio do entendimento do que somos, transferências bruscas
e tomadas de lugar, de um parágrafo para o outro.
Um velho vestido de negro, visto de
perfil. Uma boina de nuvens, onde termina sua altura. Um relâmpago usado como
bengala, cai na minha frente, encaminhando as mãos do velho para o seu rosto,
para o ponto onde descanso o olhar. Vemos de igual para igual, as coisas
diferentes que acontecem mais à frente. Imperturbáveis, contamos gente a se
deslocar, nas suas derivas por este glaciar de vidraço, a que soldamos os pés. A
rapariga volta a última folha do jornal ao vento, e parte de si vai, enfunada
de mistério pessoal. A sirene da minha voz, se despede dela em silêncio, o
resto do corpo baixa os braços e se dirige para o velho.
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