Olho
para onde
Os
outros olham. Também
Olho
pelo cão
E
ele mal
Dá
por mim. A luz
Da
tarde, desce
Pela
escadaria de pedra
Sôfrega
por volumes
Ou,
por outras palavras,
A
quem vestir
Seus
vestidos apertados
De
sombra.
Olhamos
e nada
O
horizonte é. Um
Estaleiro
arquitectado
Sitiado
por tapumes,
Erguidos
da terra
Do
sonho
Onde
acumulamos
Toda
a tralha
Que
é a vida, e
Escondemos
de um outro
Ainda
nosso projecto
Insano.
Olho
para onde
Os
outros olham. Também
Isto
se repete, e
O
cão por aqui continua
Igual
há pouco,
Travestido
porque é outro
Género
de ser
Sombra
vestida.
Chão
decomposto
Em
vários outros,
Separados
por uma
Junta
serrada. Por aqui
O
eixo é
Aprofundado.
Mais
Algum
tempo.
Fios
invisíveis
Cortam
o plano
Em
vários outros
Pontos
altimétricos. Marcam
O
centro do motivo que é
Ocupado
por anjos
Moribundos,
sem nome,
Cobertos
por fardas
E
calçam botas,
Tudo
em tons de negro
Seu
halo
Transformado
Em
escudos e viseiras
Transparentes,
Não
venha a pedra
Do
início aqui e
Acertar
olhar para o chão
E
levantar o olhar
Que
é o seu.
Canto
que é escuro,
Vincado
Por
ele, um encontro
Com
duas direcções
De
música vária
E
misteriosa
Fauna
de silhuetas,
Destacadas
Do
seu fundo berço.
Uma
estátua
Com
dois rostos – um
Chora
e se vê
Outro
ao espelho. Espreita
Alguém
de uma janela
Sem
cortina,
Vemo-la
como
Figura
a querer ser
Outro
olhar
Desenhado
Do
lado de fora.
Uma
arma virada ao contrário.
Luz
de circunstância
Lateral
a raspar
Uns
rostos, quase
A
sorrirem, as mãos
De
alguém a segurar
Um
animal sossegado
Ou
então
Distraídas,
indisponíveis
Nos
bolsos do agasalho
Carregado
Pelo
inverno.
Gesto,
ruga ou alma:
Bocas
escancaradas,
Esboçadas
com imaginação
Animada,
porque acompanhada
Por
um esgar
Que
a confirma
Plural.
Aqui
entre nós
Pequenas
coisas,
Um
império perfeito
Por
nada dentro
Ter.
A dizer
Um
ao outro
A
arrumar
O
que não temos,
Está
lá tudo
Devotamente
dentro
O
devoluto.
Os
pássaros recortam
O
céu,
Nos
oferecem
Uma
figura destacada
Da
luz uma forma
De
se dizer que o dia
Está
a acabar
E
tudo se mantém,
Senão
já como forma,
Como
tudo que é
Inexplicável.
Uma
colecção de relógios
Geometricamente
dispostos,
A
aproveitarem
Os
veios traçados
Na
superfície da mesa
Em
madeira. Tão escura
A
louca é: relojoeira
Em
causa própria,
Adianta
ou atrasa
Um
sorriso quando
Está
na hora
De
se mostrar
Certo.
Quando
a dúvida é
Suficiente
acerca de um
Plano,
Serve-te
da garrafa
Com
pouco de um rio,
Faz
pouco dele
Ao
lhe negares
A
direcção de onde
Nasce,
e para
Onde
terá de ir
E
é vê-lo
A
desenhar
A
tua inclinação.
Com
os pés encharcados,
Grita
o de ti mais
Lá
para baixo
Onde
começa
A
rua a subir.
Que
não te demores,
Se
é
Para
agora, pois quando
A
água se interrompe,
Tudo
desaparece.
Fios
de força,
Por
ter sido
Atiçada
a eles a animália
Eléctrica,
Se
atravessam ao ar
Em
espinha, minúsculos
Pontos
de rótula
Separam
a que vem
Da
que vai,
A
haver berma se encosta
Ou
se trai
A
luz toda enjaulada
Nos
candeeiros pela noite
Dentro,
vão
Às
escadas de subir
E
descer,
Encostar
a palma da mão
Ao
interruptor
Das
estrelas. Nada acontece,
O
serviço é suspenso
Na
mesa, depois
Levantado
aos poucos
Até
não haver
Mais
do que um
Copo.
Olho
pelo cão e ele
Outro,
está de branco
E
todo sujo,
A
olhar de lado
Enquanto
se chega
Um
pouco mais
Para
esta frente,
Por
cima de uns
Caixotes
de madeira,
Numa
motorizada
De
caixa aberta,
Ao
lado do cão
Vai
um miúdo
A
conduzir. Outro
O
pai dele, a segurar
As
mãos aos travões.
O
que está com o cão
Olha
para quem
Vem
atrás,
E
não se volta.
Acabo
já com isto,
Que
outro alguém
Atravessa
a estrada
A
olhar
Para
outro lado.
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