Dizer
que lamento
É
abusar da confiança
Que
deposito no fundo
Profundo
significado da palavra,
Qualquer
que ela seja,
Ainda
que só esta
Seja
a roupa que uso
A
fingir. Preocupo-me e
Ocupo
meu tempo, com algum
Atraso,
a realizar
Que
outros sintam
O
que eu sinto, como
Qualquer
coisa
Que
por ali passe
Por
sentimento. Mesmo
Por
isso lamento
Não
o poder lamentar
Em
um momento – O que dizer?
Quando
tudo passa
Por
nunca mais ser
Outra
estação em que
Me
esqueço que é
Este
inverno. Entendo sim,
Quando
não posso, digo
Explicar,
assim imperfeitamente
Porque
existe
E
se trata assim
De
esta natural impossibilidade
À
compreensão de tudo,
Sobretudo
isto que é
Esta
imagem errada
Por
ser assim
Tão
errada, se comporta
Como
mata-borrão
E
então
Toda
esta água tomada
Refém
de uma boca
Que
ousa um silêncio.
Lamentar
o que não posso,
É
por fim admitir
Um
lugar que não existe
Para
o coração, no interior
Da
pedra, em volume
E
só isso fica, um corpo
Insurgente
à superfície
Esboçada,
incerta a medida
Que
é a de cada um
Por
cada inverno lavrado
Na
pele, rachaduras em flor
Sufocadas
por um
Manto
de neve, onde é
Afiado
no seu gume
Este
fio de luz.
Cego
assim, de tanto ver
Em
branco. De tanto branco
Te
vestes primeiro
Que
nos entendemos
Depois.
Há esta palavra
(por
isto por aquilo) amor,
Que
de coração pouco tem
De
absurdo.
Esta
pedra tem o seu lugar
(encontrado)
Marcado
com uma cruz.
Sem comentários:
Enviar um comentário