quinta-feira, 14 de abril de 2016

ELECTRODO






Ao fim de funcionar
Numa fase, o céu
Mais avançado, decisivo.

Este céu, outro
Lado não tinha
Por onde continuar,
Senão a dois dedos
Do canto superior
Esquerdo
Direito,
Tanto faz.

Sair daí, tirar o corpo
À linha, avançando
Horizontal recta até
Ser desviada
A quarenta e cinco graus
Encontrando corpo
À linha, avançando
Vertical recta até
Desaparecer. Repete-
Se linha a cair,
Paralelamente àquelas,
Sendo parte ao mesmo
Contorno que
O olhar permite
À Ilusão.

A pique, volta
A ir inclinada,
Sobressaltada linearidade,
Interrompida por
Pontual Pontaria. Ínfima
Limalha (estranho corpo),
Desacelerando atenção
Ao todo.

Esquadria transparente,
Sucessão de linhas em guarda,
Apanhadas, de metro em metro,
Por outras linhas,
Espessura dobrada,
Acabando o topo
Ao que se diz. Nasce dali
Um volume
Mal se entendendo, visto
Por baixo,
Parecendo uma entrada
Pode lá ser!
Rectangular. Parte
Móvel, cata-vento,
À mão imobilizado
O buraco da agulha,
Em que se transforma
O céu em dada posição. Incerta
Permanência, subtraindo
Caminho ao ar
Do tempo.

Voltar atrás, à linha,
Continuar um nada e,
Antes do fim,
Fundir à temperatura da sombra
Um rectângulo assaltado
Por acessos verticais. Abandonar o lugar
Onde termina esta recta.
Engrossar a linha em uma
Estrada de sombra,
Regar com alcatrão
O mistério sobre ela
A compactar.

Espesso apontamento,
Preenchido por dentro
De vazio. De negros hábitos
Se veste, esta
Construção auxiliar – linhas
Atiradas ao fundo,
A encontrar superfície
Às coisas, outra linha
Por ser.

Está servida, esta
Tisana em serviço de chá
Dado ao óxido: fixações,
Roldanas, magros rebites,
Painéis soltos,
Treliças de fino linho
Metálico.

Atirantar
Ao que se não vê,
A firme forma
Do gesto
Se perdendo.

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