quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

IMPRECISO



Respirar para dentro do peito. Ar raro. Apertados nadas, um momento que preenche a cavidade do corpo. No interior, assalto à mão desfigurada que nada agarra… O momento é matéria plástica, anuncia-se fluído, escorrega-se-te tudo ali, num instante. O corpo escravo de comportamentos trabalha. Melhor ou pior. Não te preocupes se ainda vês, ou tocas a superfície das coisas. Sentes numa forma qualquer. Uma dor macia ou o seu contrário, seja qual for. Algo maravilhosamente desconfortável. Sentes tudo tão maior do que é, as dúvidas que te atravessam a fronteira da cabeça, ilegais. Exponenciada dor de cabeça que te aflige o contorno dos olhos, obrigando-os a ser fresta…semicerrada impaciência. O coração que exige mais segundos para existir, insistir ser mais, além da sua já inegável função de ser instrumento de precisão. Bomba de arremesso, como se comporta tão bem no interior – balística – para o fundo que se nos escapa, bem dentro…Implosão. Como se destrói uma construção. De ti, impreciso.

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