domingo, 2 de fevereiro de 2014

MERIDIANO


Capturar aquém e além, um horizonte. Meridiana urbanidade, os gestos. Dos outros, pessoas, só metade do dia. Depois das primeiras horas, a solidariedade que deixa de haver entre dorso e espinha, na vénia ao meio-dia. Cronométrica desordem, indisposição. Linha traço ponto a partir do cosmos. Mais acima, porventura, num tom carmim prudente. O calendário inteira insistência, da avenida 3 à 31. As fachadas de vidro, do avesso carregam-se de céu. O horizonte é um funcionário cinzento, no escritório da frente. Árvores, em diminuta quantidade de todas de espécies, intrépidas habitantes da cidade – não se desviam das colinas, moldam elas outras habitações para pássaros que não existem quando chove. Naturalmente. Acendem-se algumas lâmpadas, a noite é transparente para dentro das fachadas de vidro. À mão, três pisos incompletos na medida exacta de um pano subido, absorvido pelo tecto. Vão bem com a mobília, aqueles ponteiros do relógio mais afastado.

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