num final de lugar, o último movimento
desenha-se
na sombra de pedras
insignificantes.
FECHO.
a transferência,
caminho
dos
elementos que não pertencem aos lugares
ao
vento, a água
corrige
de arrasto outras pedras.
FECHO.
caminhos
mínimos, um pelas hortas
e
figueiras fundas pelos baldes de tinta sem cor além
da
ferrugem, interrompidos
no perímetro
dos orifícios escancarados, a purga
das raízes
no mar.
FECHO.
outro
caminho, o das árvores altas
de
gestos, de membros
extensos
de abrigo aos filhos das suas sombras
armam-se
de pedras
arrefecidas,
fingem-se de frutos uma cor suja, armadura
de
casca visível.
FECHO.
o
lugar de um domingo
em
fotografia claro –
escuro.
a família
que já não existe
cumprimenta
a divisão vazia
onde
estão, ordenados
quietos
pela desordem dos anos em que foram
capturados
por frias mãos
sazonais.
FECHO.
a
memória desviada por um vento
de
norte enleado, incompleto, acima
das
copas dos castanheiros.
os
dedos magoados das cúpulas
espinhosas,
ouriços depois da escolha dolorosa,
roupa
confortavelmente apertada nos membros de locomoção,
repartida
por metade de um mistério
interior,
em segredo.
FECHO.
o
fruto armadilhado para
impacientes,
alimento de extremidades.
temperaturas.
FECHO.
vestígios
de pé, na areia
instável
prefácio de mar. e o lameiro
lambido
de nevoeiro pesado
pela
manhã, geada
nos
ponteiros à maquina do meio, distribuídos
todos
à sua vontade pelos muros
irregulares
da rocha arrancada
à
mão.
pelo
férreo do homem-pássaro, cerebral tempestade
clara,
próxima
à
noite luminosa atraída pela paisagem
de
minas de cobre oculto
abaixo
da manta, terrena de sete palmos
de
coisas da vida.
FECHO.
revolta
de invertebrados, não percepcionada
a
partir da via rápida, gente pequena
em
geometria, distribuída
por automóveis
de concepção individual em número.
a
carroçaria e o segmento de direcção, e transporte
das
carnes de fumeiro, atrasadas
na
decomposição pelo terror
do
incêndio controlado
na
boca artificial de pedra.
extensões
de matéria queimada, a vestir
de
lã os corpos na terra.
uma
expressão vermelha no rosto.
a
caminhada deslocada
da
estrada, para a largura
de
homem acrescentada da drenagem
do
tempestuoso veículo
desgovernado.
FECHO.
pelo
eixo da dança
equidistante
às paredes do espaço
ditado
a partir de um dos cantos, por um manequim
de
alfaiate com a pele unicamente plástica,
ultrajada
sem conta, à hora diurna
de
uma das refeições, pelo todo
da
corporação de bombeiros mais próximos, ausência
familiar
do comandante.
FECHO.
pelo
vidro, reflexos.
ouço
corpos coloridos pelo afastamento
à
mesa onde a refeição é servida
através
de fios, linhas de baixo
graves
na distracção do tempo
encurtado
entre umbigos.
o
odor de cabelos extensos, enrolados
a
partir da floresta encerrada
na
noite mais parda.
FECHO.
bigodes
encerados pelo ponto
de
orvalho dos nossos corpos
iguais
na tormenta
calma.
ondas
de calor rebentam
anuladas
contra o branco imaginado
dos
mosaicos na instalação
sanitária,
onde
aprendo
o meu contorno, onde
desenho
com as mãos encruzilhadas
para
a alma que fica
de
negro entre as juntas nas dimensões
imperfeitas
do quadrado nascido de uma
fábrica
encerrada.
FECHO.
toda
a música que se deixa
aí,
à porta
ruge
ansiosa
nos
tempos certos.
FECHO.
mãos
meigas de giz, colaboram
em
traços a descoberto, próximo
das
aberturas na roupagem.
fémures
de oficina, moldados
a
partir do salto falhado por um
atleta
de alta competição
entre
pares.
FECHO.
calçadas
na cidade, desdentados
sizos
de vidraço arrancados
por
educação.
às
forças da desordem à civil, vestes
indiferenciadas
na cor
que
as sustenta.
FECHO.
palavras
mortas, sulcadas
à superfície
das mãos distraídas
da
estória, cumprem-se
rituais
do quotidiano.
desvios
frequentes para
ofícios
desconhecidos, bricolages
de
cuspo aramado, em materiais impossíveis
de
profissão.
as
mãos um palmo
de
água contaminada com produtos incompatíveis
com
pele, onde
símbolos
expostos à radiação exibicionista
sem
luvas.
a
corrosão recorda-se de ossos, salva-se
vermelhidão
epidérmica em segundos.
FECHO.
tudo
é o mesmo, caos, o chão também
de
mosaicos um mar de algibeira, a calma
inundação
de um lar abandonado
à
pressa.
os tubos
de esgoto subterrâneos, túneis
circulares
indecifráveis, a comunicação
entre
as masmorras de porcelana.
pontificam
sem o digital dos dedos, de quem
as
moldou máquinas.
a
prosa de um sifão maldito, carrasco
encerrado
na saída a céu aberto, antes do tecto,
acima
da matéria putrefacta que o toca
insistentemente,
do que sobra leve ao corpo.
escamas,
cabelos extensos, lágrimas adiposas
os
calos dos pés escavados até à dor que ensina
a
fronteira do corpo, no seu contorno
sensível.
FECHO.
cabos
de aço guiados
cegos
pelo adentro viscoso da matéria
rejeitada
à superfície, estreita comunicação funcional
dos
subsolos em cada piso em altura.
paredes
exteriores, paredes de vinil
os
tubos violentados por pressões
desviadas
da disciplina da física, acessíveis
ao
comum dos alquimistas do absurdo.
o
rumor do céu deslocado, lento
pelas
misteriosas nuvens do tudo possível que é tecto
acima
a alma
esperança
em espessura.
a
negação finita dos espaços, parede.
parede
de FECHO.
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