O contorno de um sorriso aberto no estômago – enquanto as nossas mãos não o pressente, desabamento pelo corpo grave, a cinza brilhante do que resta dos nossos olhos apertados na ausência dos outros. O que era só mundo além de nós – desaparece para lá desta manhã, onde o nevoeiro toca os sinos do cacilheiro na sua vez. Um corpo retalhado incerto, pelo imaterial da memória. Um corpo sólido de revolução, o eixo de si ferrugem, num hábito de água corrente. Sopram em conjunto plenos, com a boca pelas pedras, os ventos ao contrário. O rio desaparece de nível aos olhos por dentro da construção, em terra, de um barco. A madeira entornada de velha amante das palavras. Contam-se esquecidas, as palavras, de outra água por um caminho de margens inundadas. O raciocínio de linha temporária, desviada direcção pela estória que conto para o espaço disponível. O raciocínio de linha temporária, desviada direcção pelos personagens descolados à carne que já não os suporta como corpo. De lado ao farol incerto na noite – este diversas vezes deslocado entre terras diferentes de rio – sai um desses caminhos de homem impossível. Este homem – ou alguém no lugar, simultâneo desaparecer na casa de quase todos os dias, onde as divisões se esquecem do seu último movimento desencontrado. O inultrapassável do gesto que se confunde com a ferragem da porta que o permite à paisagem familiar. Impaciente. Este homem – ou alguém no lugar, ainda sabia do seu lugar e do grito permeável às pessoas a ele agregadas, inertes soltos na violência do tambor insano dos dias. Um dia. Um dia de todos os outros, esquecidos pelo calendário da família, este homem deu à casa, trazendo com ele a baixa-mar do rio incrustada nos tornozelos, e o pescoço tatuado – uma trama de corda frágil, o perímetro antes da cabeça numa cor quase sangue. Este homem normal, pontual no hábito ébrio e na urgência em ser outro sinal menos dor, além do hálito que percorre agora tudo o que é divisão, a partir das ombreiras da porta de entrada. Este homem chegou a casa com o pescoço tatuado – uma trama de corda frágil, e trazia o colarinho escancarado. A mulher antes de perguntar adivinhou, unindo completo o desenho que faltava ao esboço no pescoço. O contorno de um sorriso aberto no estômago, apagado de si. Morto.
sábado, 29 de março de 2014
TRAMA
O contorno de um sorriso aberto no estômago – enquanto as nossas mãos não o pressente, desabamento pelo corpo grave, a cinza brilhante do que resta dos nossos olhos apertados na ausência dos outros. O que era só mundo além de nós – desaparece para lá desta manhã, onde o nevoeiro toca os sinos do cacilheiro na sua vez. Um corpo retalhado incerto, pelo imaterial da memória. Um corpo sólido de revolução, o eixo de si ferrugem, num hábito de água corrente. Sopram em conjunto plenos, com a boca pelas pedras, os ventos ao contrário. O rio desaparece de nível aos olhos por dentro da construção, em terra, de um barco. A madeira entornada de velha amante das palavras. Contam-se esquecidas, as palavras, de outra água por um caminho de margens inundadas. O raciocínio de linha temporária, desviada direcção pela estória que conto para o espaço disponível. O raciocínio de linha temporária, desviada direcção pelos personagens descolados à carne que já não os suporta como corpo. De lado ao farol incerto na noite – este diversas vezes deslocado entre terras diferentes de rio – sai um desses caminhos de homem impossível. Este homem – ou alguém no lugar, simultâneo desaparecer na casa de quase todos os dias, onde as divisões se esquecem do seu último movimento desencontrado. O inultrapassável do gesto que se confunde com a ferragem da porta que o permite à paisagem familiar. Impaciente. Este homem – ou alguém no lugar, ainda sabia do seu lugar e do grito permeável às pessoas a ele agregadas, inertes soltos na violência do tambor insano dos dias. Um dia. Um dia de todos os outros, esquecidos pelo calendário da família, este homem deu à casa, trazendo com ele a baixa-mar do rio incrustada nos tornozelos, e o pescoço tatuado – uma trama de corda frágil, o perímetro antes da cabeça numa cor quase sangue. Este homem normal, pontual no hábito ébrio e na urgência em ser outro sinal menos dor, além do hálito que percorre agora tudo o que é divisão, a partir das ombreiras da porta de entrada. Este homem chegou a casa com o pescoço tatuado – uma trama de corda frágil, e trazia o colarinho escancarado. A mulher antes de perguntar adivinhou, unindo completo o desenho que faltava ao esboço no pescoço. O contorno de um sorriso aberto no estômago, apagado de si. Morto.
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