Exterior.
Morre
o céu, apenas isto
De
melancolia. O mar inverso
Se
precipita pelos signos, toda a água
Instável,
ainda que por acidente
A
extremidade de um corpo mal
Concordante
com o chão que pisa, sobressai
Pelos
próprios pés da sombra
Em
atonalidades iguais. O fumo
Das
nuvens, os pássaros
Se
destacam pela dimensão
Ao
arrepio do que acontece, por ali
Nas
suas costas. O inteligível de tudo
Extenso,
até aos ossos
Dobrados
pela tempestade.
Olhos
besuntados, da refeição
Deste
céu em manifestações violentas
De
braços, um gesto seu
Se
aproxima do meu pescoço em garrote.
Interior.
A
alma é marga, da mesma
Argila
empurrada
Para
desaparecer por nós
Em
dedos, os ossos acabam
Pelo
infinito dos outros.
Exterior.
Morre
o céu, apenas isto
Por
alguém de signo igual, disperso
Pelo
horizonte viciado
Em
altitude, uma noite assim
Difícil.
A visão
Perturbada,
fendilhada
Pelo
azar das arestas, circunscrito
Ao
contorno das coisas em chamas. Vertido
Pelo
início do corpo que é
Variado
em veias e becos
Sem
saída. As paredes
Em
montículos revoltos, palpáveis
Até
ao sangue da discórdia.
Um
só sentido, um
Que
seja estrangulado, assim, por membros
Desavindos.
Outra vez
Os
pássaros parecem estar onde estou eu,
Por
repetição.
Interior.
Depois
de esvaziado o ventre
Permanece
como a parte baça, espessa
Mancha
de sangue que me preenche
De
significados. Uma forma interior transforma-se
Em
um fogo violento e como,
Pelo
teu tronco e outros, em que passo
A
língua.
Sevícias
vêm à memória, como pedras grossas afagadas e
Lembro-me
tão bem das tuas mãos, de um fósforo
Resistente
às lágrimas de nós. As construções
Ateadas
ao esquecimento, as teias em ruptura
Pelos
cantos, a sombra
Cumprimenta
quem passa.
Exterior.
Se
estende o lamento até à melancolia
Dos
insectos. Sou
Viajante
imutável, assim
Deslocado.
No seu lugar
As
vértebras discordam e separam-se
Um
imprescindível de unhas, pela carne
No
chão massacrado
Do
mundo em desnível.
Vai
alternando o incrédulo e gentio
De
sangue igual, em trânsito
Pela
lama que une em pedaços
Uma
tragédia microscópica.
Em
colisão as estrelas, de pechisbeque
O
vidro desviado de um pulso
Fraco.
Geneticamente
Me
apaixono, por aproximação
À
boca que me distrai de um lugar-comum
As
palavras, arrastadas
Pelas
suas ilhargas.
Indiferente
ao olhar
De
um outro, a verdade
Desaba
pelas rugas, atmosférica.
Por
homens a pé separados
De
uma escolha errada, mal
Se
dá por ela longitudinal. A vida.
Subúrbio
chique – para ele
Vão
crianças sozinhas, na sua
Mania
plural. Um estorvo
Precoce,
a circunstância determinada
Por
um lado que não existe, assim
Diverge
um pensamento, por ser
Má
vizinhança.
Habito
um país, um céu
De
mármore, as paredes
De
boa construção e outras
Rasuradas
com mensagens
De
amor escrito, assim
Maiúsculo.
Um inferno
De
óleo manchado, os tecidos
Em
camadas de desgaste.
Morre
o céu, apenas isto
Longe
da ondulação do casario, uma vaga
Para
ninguém. Assim
Se
anulam os espaços, em derrocada
Da
sua sombra própria. Uma cãibra
Pelo
corpo nasce, se manifesta
Uma
confiança estranha.
À
luz do dia, o prazer senão a copo
É
movimento retrógrado
Da
maré que vaza
A
olho nu. São peixes turbulentos
O
que ouço eu pelos cantos? Um mar
Falso,
à escala
Uma
tempestade mínima pode ser
O
que acontece em um
Aquário.
Um lar com paredes
De
outros materiais, com estes
Se
combinam os relógios, até ver.
Esquecemo-nos
das esquinas onde nos magoamos
Nos
braços, a carne
Em
desnorte. O céu inverso.
As
ondas morrem, pelas mãos
Obrigadas
a um espelho, onde se vêem
Nuvens
convertidas. Amores-perfeitos
Os
dentes perplexos até à cárie, por cores
Elegantes
nas suas nódoas
À
superfície. Aborreço-me
Da
morte nos seus tons, entrecortado
Pela
ausência, esta mesma
Face
de um cubo de Rubik que é
O
meu rosto. Instável
Paródia.
Por ela, algo
Que
eu habitava
De
fresco pintado.
Interior.
Circunstância
motora, a dificuldade
Pelo
corpo até
À
última casa, a décima precisa
Ao
engano. Abandonada
Às
postas a alma
Treme
por dentro, movimento
Previsto
e o seu inverso mais.
Sem comentários:
Enviar um comentário