segunda-feira, 28 de setembro de 2015

GELATINA





O dia novo, de ponteiros prenhos
Das horas mal contadas
São muitos os desenhos
Há-de ser uma flor de cores desbotadas
Começou por ser um cravo na ferradura
Depois quis ser um arranjo floral
Uma coroa de espinhos
E até loiças de cristal
Mal se respira com tanta Primavera
Antes voar como os outros pássaros
Para um paraíso como o do Natal
Alguém que me credite a alma
Com palavras caras
É um fósforo na mão
É sempre uma canção
Palito a imaginação
São pedaços do último presunto
Era dourada da minha dentição
Isso era dantes
Agora troco os dentes por pregos
Mas mordo o isco como os outros
Parentes, Serventes
Todos doentes
De um nome estrangeiro
Espelhos órfãos da Alice
Roupas vestem-se muitas
Mas o cenário é o de sempre
Vigarice
Desta grande aldeia
Faço apenas uma ideia
Os ossos levam apertos
É muita a vindima
Dizem que ao pó voltamos
Para mim é gelatina.


Música: Duble Dread
Letra: Chacho
Vocal Feminino: Anita Nobre







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