AQUI
DEL(ETE)
Dito
pelo não dito, se dá
O
nevoeiro à pele. Quer dizer:
Afagar
uma memória, no seu vidraço
Arrumado
à mão. Uma
Mancha
inexacta, não
Saber
o sul ao corpo.
Dobrada
a última aresta, à vista
Dessa
mão que prolonga
A
língua a que pertence um outro
Rosto.
Faróis extintos, ou quase
Nenhuma
é a luz por eles
Derramada.
Da sua boca
Em
vidro. Um contorno
Cinzento
– não há outra cor
Que
diga assim melhor
Um
nevoeiro. Em espessura
Assenta
um peito, range o ferro
Açoitado
sem o ser, atado
Pelas
águas. O verdugo de um navio
Emerge
da profundidade, onde um peixe
Se
esquece. Perturba-se, por uma
Espiral
iniciada à mão, aflita
De
direcção. Perde-se a noite,
Pela
esquina sombreada
De
memória, não um corpo
Que
é sempre um lugar, para um
Deus
arruaceiro.
Esquadrias
de alfaiate, a tracejado
O
caminho em branco esquecido
Pelos
fundilhos da couraça, a identidade de um
Povo,
em simultâneo
O
coração se abre, a compasso
Dos
tambores o transtorno
Pelo
fim pergunta – O que faço aqui?
Pin-up
até ao pescoço
Vestido,
com teias litúrgicas se aperta
O
nó górdio do mundo
Apenas
imaginado. Transforma-se em areia, miragem
Cadenciada.
Convulsão de abcessos
A
céu aberto, as arestas se graduam
Em
vidro, a paisagem se recicla
Pela
máquina voraz
Do
tempo assim medido.
O
nevoeiro subtrai o homem
Pelos
dedos, a criança que foi
Veloz.
Pelo peito
O
nevoeiro em repetição
De
rostos, um esboço
Fendilhado,
um continente
De
tons entre nós – por nós
Continuam
a cantar, em excesso
A
tristeza é um amor
Arrastado
até à cova
Dos
olhos. Naturalmente
As
pratas areadas pela mesma mão
A
palavra, uma última
Vontade
afastada pelos guindastes, nas margens
O
corpo se eleva por cantos
Rígidos,
os anjos são
Industriais
afectados. Até ao óxido, se dividem
Pelo
céu prometido.
O
nevoeiro é roleta russa
Da
vertigem, um espaço
À
medida da bala nomeada
De
memória, diversas vezes somos
Por
ela assassinados. Escrito assim, por um
Aparo
Fulminante. Somos
Pálidos
da esperança, por nós
Em
silêncio se altera
A
bruma. Do esquecimento
Atiçado
aos tornozelos, um dia
Que
não existe.
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