sábado, 24 de outubro de 2015

EM PONTO.






Tempo
Em quanto
Te divides.
E todos
Os músculos
Do rosto
Se dispersam,
Graves,
Ao longo
Do caminho
De pé
Posto.

Olhas e é
O chão,
Respiras
Mal.

Com a mão
Ao largo,
Afastas parte
Do mar
Adverso
Que se forma
No teu rosto.

Não, não
Vamos
Estar aqui
Mais, mas
À mesma
Falas
No amor
Que nunca
Me tiveste
E na morte,
Como
Sorte. Porção
De fio
Que fica.

Entre
Duas
Pontadas
No coração.

Planícies
De sal
Desviam a atenção
Das nuvens,
Enquanto um
Bando
De pássaros
Se apressa
A escrever
Uma palavra
Vazia
De sentido,
Imediatamente
Desaparecendo
Após
Este ponto.

A vida
Dita
Do fundo.

Sair dali. Morrer
Outra vez
E encontrar
Tudo
No mesmo
Lugar
De antes.

As chaves
Na porta
Da rua.
E as luzes
Do corredor
Esquecidas,
Por apagar.

Não,
Não vamos
Ter outra
Vez, esta
Mesma conversa.

Não interessa
Se o espelho
Dos fundos
Nos prolongava
A ilusão
De haver
Passado
Por ali
Alguém
Que não
Nós.

Travar
A sombra
Sem laço.

O pescoço
Todo
Veias
Entupidas
Por plâncton,
A dar
De comer
A um
Peixe
Graúdo. 

Somos
Labirinto,
Pelo interior
Escavam;
A pá
E a picareta
Acompanham
Os violinos
Com os pés
Para a cova.

Dizes
Que a alma
É uma casa
Pobre,
Só um
Candeeiro
Ao centro,
Fraca luz,
Refeição
Para ninguém,
E sempre,
Sempre
A mesma
Coisa que
Por lá
Sobra:
Sombras.

A ossada
Elegante
De um
Murmúrio.

Solitária
Sem paredes.

Milhentas
Lâmpadas
Se agastam
Em mostrar
O que
Se não
Pode ver:
A linha
Auxiliar
Por detrás
De um
Encontro
Fora
De esquadria.

Desconfiar
De tudo
E de todos,
Ainda mais
Dos poetas.

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