Antes
mesmo de avançar
Para
o quer que fosse
Da
obra já ganha
Sem
ter ainda
Mexido
sequer
Uma
palha, sobrepondo
Sempre
a arquitectura
Das
palavras
À
engenharia dos espaços
Que
as aguentam. Acreditam
Mesmo
que é
Assim?
Conversa e tal pois
Por
aqui nunca se deu
Outra
coisa fiada. Forcei
Sempre
o tema, negando
À
última da hora
Aquilo
que me era
Dado.
A bem dizer, de mão
Beijada
umas vezes
A
coisa se dá
Outras
vezes dá
Merda.
O
engraçado é
Que
sempre penso
Ter
coisa melhor
Para
fazer ou perder
O
tempo, mas não,
Acabo
sempre
Por
ficar a pé
De
encontro à mobília,
A
olhar para dentro
Do
movimento construído
Por
contrários,
Suando
pela noite
Abaixo
parte desse
Mar
crescente.
Esboços
de coisas tipo
Nunca
minhas, tipo
Isto
é
Tudo
meu,
De
uma forma ou
De
outra. Se assume sempre
A
revessa da margem
Costurada
à medida
Da
casa cortada
A
direito.
Hoje
me deixo ir,
Quando
podia
Nunca
voltar ou
Demorar
a chegar,
Como
assim
Deixar
esta folha
Matizada
de pousio. Sim,
Sem
brilho, apenas
O
suficiente
De
película nervosa
A
tapar os poros
À
maldade do tempo
Passado,
sem sinaleiro
Pelo
meio
Do
caos veicular
Dos
versos sem carta
Branca
tirada. Vi
Chegar
igual o dia,
Ao
fundo lá meio céu
Lambido
pela trincha
Solar,
levantando
O
braço para a hora
Original.
Vento e pressa,
Elementos
estrangeiros
À
pele, só por cortesia
Passando
um nada
Pelo
entendimento
Do
dia anterior. Deste
Vão
rasgado
Pela
repetição de frase
Feita.
O
tempo de um
Cigarro
passa
Ao
mesmo. Dura
Este
fogacho o que houver
De
cortiça na espessura
Da
boca e vala
Aberta
à pendente
Da
gasolina inclinada,
A
olho, para
Outra
frase refractária.
Os
infernos de cada um
São
as paredes
Levantadas
com o prumo
Viciado
do Homem.
O
tempo da manhã,
Adormece
o sentido
Oportunista,
exausto
De
tão pouca noite
E
tanto ainda tanto
Se
dá como
Foi
assim e tal
Ficou.
Desce
sempre
O
estore, daqui a nada
Me
repito, enquanto não
Sei
o que fazer
Aos
braços de diferente.
Aperto
sempre muito
A
rosca da cafeteira,
Por
agora está feito amanhã
É
que são elas.
Nada
nasce de novo ou melhor
Dizendo,
Leva
efeito
O
chicote sem a tensão
Anterior
de um corpo
Esforço
ou momento
Negativo.
Para outro
E
outro dia, deixo
O
ferro armado
Na
disposição que não devia,
Para
que nunca se saiba
Por
onde começar
A
demolição do meu entrave.
O
que se gasta
Em
palavras, se poupa
Nos
vazios deixados à volta
Dos
inertes silábicos,
Sem
ponta
Por
onde se pegue
Sem
ponta
De
dor aparente.
Falam
tanto
Do
nada,
Se
esquecem
De
que se existe assim
Como
se conhece
Desconhecer
Tudo
como sempre
Foi.
Forte
A
água martelada
Pelo
ofício
Do
sol.
Porquê
precisar a hora,
Nítida
revelação do caminho,
Quando
a dúvida
Acrílica
fica
Em
branco
Onde
vai melhor,
Metida
entre a chapa
Da
mão
E
o espelho montado
À
volta de si,
Atacado
pelo óxido
Das
lágrimas vistas
A
se duplicarem
Em
outros tantos
Assombros
e apertos.
Ainda
nem a meio vou pois
O
café não ascendeu ainda
Ao
espartilho de inox. Me dou
Um
copo de água,
Me
peço logo
Outro
a seguir não
Digo
mais
Nada.
Aperto
a refeição
A
meio do dia
Ainda
só
Em
possibilidade,
Em
duas tiras
De
papel. Dou o nó
Ao
saco que contém
O
apenas necessário
Que
me irá preencher
O
buxo
Por
uma hora
Mais
ou menos.
É
assim possível
Que
se veja
A
bom ver,
A
fuga ao dizer
Concretamente
Ao
que se vem.
Fujo
de mim
Sem
saber o que fazer,
Pobre
corpo de uma só
Assoalhada
para tantos
Diabos
de corda,
Marcados
pela abcissa
Oculta.
Adorador
de manchas
Nos
tectos. Cobras de sal
Atacando
o gesso
Nas
sancas. As unhas cravadas
À
tua atenção,
É
todo o alarme
Que
disparo de propósito
Sobre
a vida. Sobre isto
Nada
mais me ouvirá
Dizer.
Da boca vai
Lá
para fora. A culpa
É
de ninguém.
Um
punhado de vento é
O
instante falível,
Prolongado
movimento
Contornando
o perímetro
Da
pedra arranjada
Em
ti, insuficiente
Construção
interior.
Me
lembro ainda
De
ouvir os mais velhos
Que
este era o lugar
Certo
para todo
Aquele
com queda para
O
suicídio.
Maravilhosa
elevação,
Alterada
sem querer
Por
quem a construiu
Com
risco, dando
Em
miradouro largo
De
vistas,
Para
a morte
A
todo o momento.
Sabem
já do que falo
Quando
digo que não
Há
um tema
A
que me agarre.
Ó
miserável
Terra
comprimida,
Cortada
às postas
Pelos
ventos e correntes
De
ar comprimido
Que
alimenta esta
Nossa
máquina mais falha
Vai-não-vai
Andando,
cumprindo
O
ângulo interno
Do
despique há muito
Anotado
nos artigos
Das
boas
Práticas
associadas
Ao
trolha construtor
De
artifícios
À
escala,
Com
volume
E
alguma área
De
implantação.
Do
outro lado da estrada,
No
jardim
Ainda
mal manhã,
Um
dos dois
Homens
presos um ao outro
Pela
rotina,
Laçam
o tronco
Da
árvore mais forte
E
à vez se põem
À
ponta da corda,
Esticando
os músculos
Ao
braço. Acabam
Este
exercício geométrico,
Metendo
suas coisas
E
uma viola desafinada
No
saco a tiracolo,
Trocando
uma ou outra
Palavra
já em andamento,
No
sentido da multidão
Que
os engole
Intimamente
Por
debaixo às roupas
Da
cidade.
Às
árvores, essas
Não
se lhes ouve
Nem
ai
Nem
ui. Que não é nada
Com
elas,
Metidas
que estão
Ao
barulho
Com
o vento, falam
Para
dentro
E
cospem para o chão
Uma
ou outra folha.
Já
em casa,
Me
encosto a este pensar
Que
devolve sua própria
Construção
no vazio
Às
divisões. Sim
Em
casa, esta
Casa
tão vazia
Uma
rua deserta
Pintada
de branco
E
uma vontade
De
pôr nelas,
A
trabalhar,
Minhas
mãos de carvão.
O
chão em espinha
Tornado
pó vem
Assentar
Na
minha garganta
Móvel.
Madeiras
Agredidas
por estas
Meias-tintas
Do
pensar. Aqui chegam
Por
estrada incerta,
Os
barulhos dos canos
Dos
carros a passar
Lá
fora o acento
Grave
do avião
Vindo
aterrar
Aqui
perto.
Sei
que sopra ainda
Um
vento vindo também
De
lá, porque vai
Sacudindo
as estopas
Esfiapadas,
presas em voltas
Às
guardas metálicas
Das
varandas do prédio
Em
frente. E sobressaltando
Plásticos
envolvendo
Janelas
novas ainda
Por
abrir,
Na
clarabóia que se vê
De
aqui ao meio
Do
telhado.
Travam,
a chiar,
Alguns
veículos rasteiros
E
esta descontinuidade
Que
me atravessa
Louca,
a jogar mão
Às
imagens superficiais.
Fios
descarnados,
São
o suficiente
De
traço exterior
Aos
monstros que levo
Junto
ao peito
Por
dentro. Passageiros
Ruins,
que passam pela vida
A
ir vir
Sem
tirar bilhete.
Tocam
a música
Das
adivinhas. Paranóica
Forma
desistente.
Ainda
um telefone
De
marfim
No
seu lugar
De
sempre,
A
que não resistem
Mãos
e ouvido,
Os
olhos vá lá,
Apontando
para o canto
A
ver se se dá
Por
alguém chegando
Perto.
A
fita do estore
Tangida
por esse sopro
Descrito
vai tempo,
Tremendo
a sombra
Que
dá ora
Direita
ora
Espessa
ora
Barbatana
líquida
Indo
bem
Neste
oceano
De
cal atravessando
O
rectângulo
Da
ombreira. Seus olhos são
A
janela que falta
Abrir
deste lado
Em
frente ao outro.
O
esquentador ainda
Por
sair da caixa, não
Sei
se alguma vez
O
vou pôr
Ao
uso,
Esquecido
que ando
Das
estações, virá o dia
Que
é Inverno
E
vou dar por ela
De
torneira aberta,
O
peito a implodir
De
falha,
E
nem uma
Toalha
seca
Posta
no prego
Numa
das paredes. Sair à pressa
Sem
roupas ou ideia feita,
Deste
nevoeiro à solta
Na
casa de banho,
Que
se repele
Com
outro banho
De
água fria
Pelos
costados.
Me
sobrou uma caixa
De
que falar,
Cheia
de mosaicos
Na
cor da noite, servem
À
última música
Que
irei tocar
Quando
se conduzirem
Com
mão forte
Para
o chão.
Esperar
de pé
O
que vem
Tarde,
é
A
homilia dorida
Pregada
pelos rins
Ao
torso da impaciência,
Já
sem falar
Desta
puta
Dor
de dentes
Encravada
entre
Molares
no fim
Da
fiada
Interna.
Abolida
que foi
A
farmacopeia dos azares,
É
de pé que espero
Que
tudo isto
Passe
e não
Seja
mais
Um
desses
Mal
entendidos
Tão
correntes.
Aos
barulhos da rua
Ao
mexer do vento
Nas
coisas digo
Até
já, pois
São
as cordas
A
que me agarro
Para
não ir
Desta
para melhor.
O
que é a loucura
Senão
uma habitação
Com
mais assoalhadas,
Onde
é menos provável
Que
não nos percamos? Talvez
Assim
não fosse
Verdade
não haver
Mais
ninguém senão
Nossa
própria voz,
E
deixasse de ser apenas
Um
destino de Verão.
Sejamos
sérios
No
engano.
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