A
única diferença
Era
ninguém.
E
no entanto
O
incómodo por ser
Ainda
de dia e
Mesmo
assim…
Duas
casas vazias e
As
roupas não fecham
O
medo dentro do corpo.
Barulhos
fixos
À
meia-luz se extinguindo
Mais
lá para os fundos. Passos
De
alguém
Feito
numa liga mais leve
Que
o tempo contado.
Despidos
A
expressão e seus modos
Perguntam
porquê
Mais
isto
Fora
do lugar. Ponto
Singular.
Acordava
se aquilo
Era
acordar acordava
Para
o pesadelo o rosto
Submerso
no caudal
Incontrolável
do hábito. As margens
Roupa
da cama
Uma
muda
Embebidas
na mesma solução.
O
odor a químicos
Processados
e rejeitados
Pelo
corpo que tudo quer
Gasolina
suficiente para
Em
vida
Acender
vela aos mortos
De
mim. Contar ossos
Esquecendo
que há muito
Se
não sabe o programa
Ao
manual da disciplina
Ou
este liga com aquele.
Trazer
ossos à mostra
Uns
centímetros acima do nível
Da
noite vinda
Passada
a ferro
Pela
posologia
Diversa.
Munição
A
fingir que me faz
Esquecer
Do
menos importante
A
lembrar:
Corridas
de morte
Insultos
irreversíveis
Puras
ameaças
Das
quais se escapa
Por
uma unha
Negra.
Sílabas
atrasadas
No
palato. Queimadas
Extensas
todas as direcções
No
baldio inclinado
Da
alma.
Empresa
diversa e
Aleatória.
A
criança que ainda não sabe
Andar
por si
Agarrada
à ombreira
Da
porta aberta
Na
biblioteca
Ameaçando
os pássaros
Com
palavras
De
um dia
Mais
tarde prometido
Às
mãos que a seguram
Por
um momento
Antes
da derrocada.
A
mãe vem lá chora
O
que puder ser
Para
já.
Se
não é isto poema
Por
si é
Distracção
suficiente.
Chamar
alguém e nunca
Pelo
nome
Jogar
os dados
Com
força
Acima
do pensar
Para
que voltem
Viciados
das alturas.
Juro
Sobre
a tua pele
Palavra
de drogado. Sim
É
tudo verdade
Conveniente.
Saltei
para lá
Um
muro de pedra
Arranjado
à mão. Me precipitei
Sobre
a encosta
De
altas ervas
Enquanto
quem
Me
acompanhava
Foi
pelo outro lado
Bater
à porta
Do
familiar.
Manobras
de diversão
E
ninguém de nós
Tira
proveito algum
Disto.
Rir aqui não
É
o melhor remédio.
A
língua em
Que
se diz isto
Atada
selvagem
Pela
flor
Da
papoila.
O
vento esse passa
Sonolento
e solto.
Meios
riscadores
E
de mudança
De
direcção:
Freios
de cetim
Dentes
de correia
Meio
mundo
Metido
em
Camisa-de-forças.
A
mão ligada
Ao
Senhor
A
cunha em lugar
Do
espinho.
Firo
o peito
Com
a faca da esperança
Fico
a ficar
À
espera
Virado
para o lado
Em
que o dia virá
Em
que venhas a ti
Saída
como nunca
Os
olhos já a encontrar
Sangue
novo.
Se
o corpo se
Deixar
acordar
Acordar
e não
Haver
lugar
Para
ocupar. Pode
Acontecer
e não
Sei
como to dizer
Por
outras palavras
Se
nenhumas
Ficarem
de pé.
Joga-se
aos fins
Se
faz o destino
Abraçar
o fundo branco
De
onde vieste
Repetir
o mesmo gesto
Até
que se apague
De
nós
A
pegada do início.
Vais
a ver e
És
ninguém. Vai lá
Ao
princípio disto e
Vê
se assim
Não
é. Está
Lá
escrito por alguém
Por
mim não
Faz
qualquer diferença.
Voltas
para a cama
E
só agora
Vês
o que te aconteceu
De
bom mau.
Estimada
gata
Que
se zangou contigo
Te
virou as costas
Não
sem antes ter
Pousadas
as patas
Da
frente em cima
Dessa
cama
Onde
te mexias
Modificando
a expressão
Torcendo
os bigodes
Ao
odor forte
Que
vinha até aqui. Era
Eu
sim cedendo e
Uma
das putas
Com
quem me dei
Na
altura me dando
Ela
tudo o que eu precisava
E
não. Nome
E
corpo nunca
Estão
a mais.
Terá
sido o bom
E
o bonito.
Depressa
nos tornámos
Sérios
e muito
Feios.
A
casa não era minha
Havia
sempre alguém lá
A
esmurrar-me a porta do quarto
A
meio da noite enquanto
Eu
e quem estava
Deixávamos
sair para
O
resto da casa
Os
barulhos
Estritamente
necessários
Ao
eclodir do escândalo.
Diziam
também
Não
a brincar que
Ali
não era
Nem
bordel
Nem
sala de chuto.
Da
conversa a seguir
Não
há aqui futuro.
Me
passou
Tanta
coisa
Pela
cabeça agora
É
isto.
Assenta
na vedação
Da
tarde um pássaro
De
cordel ligante
De
frases inertes
Às
quais me arrancas
A
só voz.
Espaço
livre
De
gentes e bens
Sou
o ponto mais afastado
Desta
casa insegura. Antes
Da
primeira coisa a dizer
Armo
a mão com a lâmina
Da
rotina entro
Nas
divisões de todos
Os
pisos antes do telhado
A
cair.
Por
cada
Vão
aberto na parede
É
o medo
De
ficar à porta esperando
Pelo
que não sei
Que
me leva a entrar
E
esperar tudo
O
que possa de mal
Me
acontecer.
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