O dia começa no meio da ferrugem.
Chapas a cortar à dimensão da vida. À
esquadria é complicado!
Que das medidas em apontamento, se
transformam em orçamentos do pesar.
A manhã, passo-a em ânsia da chegada do
parar do meio-dia.
Bairro da Meia-Laranja no pensamento,
de quem ainda não se encontra.
Em condição de assumir que tudo não
passa de um embuste.
O de ti.
Por ora, passageiro.
Que a escadaria da confecção aguarda
nos seus pregões de amortizar.
Entretanto, telefono.
Ainda em cabine, no retro dos dias
passados.
E que bem.
Barrigas cheias do aluguer de espaço.
O meu, todo ocupado.
Lancinante.
A preocupação é o momento.
Que foge e parece parar.
Com sussurros pelo meio, em vibrações
de electricidade.
A confusão que me faz aquele rilhar de
dentes dos eléctricos, na sua passagem pelos carris.
Ouço o sinal de espera.
Do outro lado, espero que sim.
A amiga que trabalha no centro.
Da cidade e da confusão de nós.
Atende.
Confirma o compromisso para a hora de
almoço.
Vamos acompanhados a solo.
O percurso até ela, sem entraves.
Também pelas colinas.
Quando assumes o de A para B, parece
que não existem barreiras.
Metro, autocarro ou meias-solas de
desconforto.
Eu, quase.
Aqueles 15 minutos roubados à entidade
patronal são preciosos.
O suficiente para ter algum avanço
sobre os humores.
Sem sinal deles, os bons.
A gargalhada que resiste, mais não é
que o aplauso à miséria humana.
Interior.
Mais forte que o berço da rectidão.
Estranho.
O ser, desumano em si.
Mesmo quando não haja razões para tal.
Famoso discurso das cabeças
equilibradas.
A desgraça que cresce em ti, parece que
umbilical com o pavor dos milénios em fazer o acerto com a criação.
Seria equação ousada, a do início dos
dias?
Porquê tanta interrogação com sinal de
negativo, no meio de tantos sorrisos de criança?
E cores exacerbadas.
Ainda não sei o suficiente.
Falta a cátedra do enrugamento.
O caminho, ofegante.
Espero encontrar uma face alinhada com
a minha procura.
Ela nunca se atrasa. Anglicismos.
Na esquina.
-Olá.
-Vamos?
De mãos dadas, não.
Que falta de educação, a de pensar em partilhar com os demais o nosso mal-estar.
Que falta de educação, a de pensar em partilhar com os demais o nosso mal-estar.
Invejosos.
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