Homem-vela
a dormir, apagado,
Entre
os livros inclinados para a eternidade
Da madeira.
Versos serpenteiam, veios
Ao desencontro
das notas assinadas
Pela
culpa. Dispo a pele à pedra
Com o
cinzel sossegado
Dos loucos.
Tua esquina
dobrada, cinzas
Jazem
no cinzeiro da terra: animais
De mim,
vincados na ruga
Obscura.
A boca em espiral
Se abrevia
no espaço
Em fumo.
Uma sombra
nunca a mais
No desenho
cedilhado, meu
Passado
para sempre. Agora
As margens
avançadas
Por ramos.
As árvores se separam
À mão
pela garganta de um
Anel
derretido, duradouro.
Nos meus
lençóis. Se explicam
Do fundo
do quarto, à porta. Aí
Mora
sozinho
Um mistério.
Velo-te.
Um eixo de simetria, ainda
Por desossar.
Um entendimento
Do teu
corpo em carne. Gémeos
Lúcidos,
habituados à partilha
De toda
a loucura, esta
Levada
em ombros.
Praia-mar
baixa-mar. Assim
Se esvai
a vida, pelo orifício
Escondido
da alma. Adormecido na tábua
Da paleta,
um tom
Carmim.
Estás
nua. Da cabeça aos pés
A sílaba
multiplicada, capilar
Humidade
que por mim sobe
Vinda
da terra. Sabe-se
Lá. A
alvorada começa, com um grito
Da
luz pelas coisas
Aparentes.
Do teu
silêncio meigo, a expressão
Lavrada
à superfície
Do meu
rosto. Pelas ombreiras
Atravessadas
as divisões, no espaço
Assoalhado
meu coração.
Sou planta
cotada, por traços
De medo.
Pelos cantos
A tua
arquitectura, desavinda se desenha
Debaixo
de um céu. Podia ser
Um tecto,
a rematar o todo
Infinito
que és. A tua luz
É véu
levantado. Assim
Os significados
possíveis.
Anseio
por voltar à terra, àquela
Onde
todas as sobreposições
De antes
de mim gritaram
Às pedras
e à tempestade acima
Serra
abaixo, o contrabando
Dos gestos
por haver.
Ateado
o fogo ao céu, soprado
Pelos
alvos anjos, todas as cores
São as
palavras que silenciam, instáveis
Maestros
do acaso.
As colinas
do sonho, atravessadas
Pela
pressa em ser
Lugar
ao corpo. Este e aquele
Que vestimos
do avesso. Braços por pernas
Do que
fomos, seremos
Lábios
em concha, mãos carnudas e ervas
Daninhas.
As nuvens se arrancam ao tecido
Da noite.
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