terça-feira, 19 de novembro de 2013

DANÇA DA CHUVA





Geometrias de água, perfeitas aproximações ao ponto do desastre no princípio do chão.

Círculos tensos na imitação de tantos olhos, invasões não consentidas em contornos exactamente distorcidos. Uma estrada vazia curta, só começo, a outra extensão vestida de nevoeiro tamanho céu. Duas árvores inteiras, outro tronco adeus, lama imagem aos seus pés de raiz. A noite transformada noutro corpo, preto corrigido azul, renda cortina de lágrimas para ser branco impacto estilhaçado em injustificáveis esferas, na mínima porção espalhada pelo vazio.

Mulher sinal gráfico, pergunta costas à estrada deserta, para ela intensa na agitação. Suas curvas invisíveis como a estrada curta, seu corpo aligeirado de qualquer cobertura impermeável. Debaixo do braço assim vestida, é queda igual a outra água. Olha para si – deferência – pouco se vê afasta-se o insuficiente, que o horizonte é ali tão curto. Imagina uma outra paisagem, tão curta e distante quase esquecimento, o exercício da tempestade interior. Lembra-se de uma armação de resguardo, outra pele que se estima esticada, multiplicada por uma multidão de outros parecidos com ela. Sobre os seus olhos secos amontoam-se, quantidades extraordinárias em serras de bom corte, pescoços que prolongam cumes da individualidade. Tentam todos o impossível, que as mãos escorregam da corda líquido natural, apertado transparente, num reflexo nó de água corrente.

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