O
que calo não tem cor – são pés descalços, mergulhados em meias tintas. Uma sensação
curta, como saltar sozinho num descampado, montado por um céu decotado que
mostra as suas ursas. O silêncio é um mistério complexo, percebido
à distância como uma tempestade barulhenta, a partir da torre de pedra em que
deixo as unhas, a caminho do seu topo mudo. Ouvi-lo, ao silêncio, abre a
possibilidade da visita por alguém no meu cais de dentro, variado nas espécies
que por vezes lhe atiram cordas, em marés de autor.
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