sou
suspeito
de
ter apagado o fogo
no
teu peito com inverno do ano
passado
que trago esquecido
enquanto
não vem o frio
que
congela os teus movimentos
estação
que tarda
problema
adiado deitado
na
almofada do dia seguinte
porém,
lembro-me
de
teres apanhado todas as folhas
castanhas
caídas antes do gelo
e
nelas teres cravado os dentes disponíveis
para
escrever o belo
poema
demente e cego de amor
em braile
para
ser lido pelos mesmos dedos que te apontam
estrelas
no céu
da
boca que és corpo
água
corrente para a sede que tenho
de
pele hidratada
o
que mudou além das horas?
dos
continentes que somos como pessoas
em
rotas de afastamento
o
quadrado brusco que é o meu coração
transporta
ainda as circunferências
do
teu contorno imperfeito
melhor
descritas por um compasso
de
espera
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