domingo, 26 de maio de 2013

BROADWAY



Deitada num cubo em laranja, pernas e braços
ao longo do relógio todo num esgar traçado
a giz com covas bem dentro do boneco.
Duas sandálias vazias apontam
o caminho.
Imaginas carne por cima a ser
alguém e joelhos chatos, atrasados
primeiro em esquerda e a seguir uma língua.
Olho para o retrato em moldura e são cantos
que o seguram; não o deixam sair.
A concha, essa, tem todo o mar
a escutar conversas de ouvidos invertidos, desencostados.
Gostaria de ter um vaso, só um;
com paredes à justa de ser essa moldura.
A terra bruta e arável -tenho-a
comigo no bolso de trás, e é fértil.
Vejo além imagens em capas de antes de mim
e falam pouco.
Encho sempre os cestos com algo até meio
e madeira que é tudo para arder com almofadas
por cima.
Quatro pés afastados não chegam para o coxo
de tamanho.
Exemplo não dá mas peço à vez que seja
ao menos um.

Se for uma, que seja avenida.

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