«Dizer
um corpo. Onde nenhum. Mente nenhuma. Onde nenhuma. Ao menos isso. Um lugar.»
Samuel
Beckett
Colecciono
cozinhas com botões de nylon e veios
no
mesmo sentido, torneiras com ficção e sem ligação a
nada
e coisa nenhuma ao lado de
tomadas
onde o último aparelho foi
escorrido
em cravo num vaso e
pão
do dia em que amasso letras fora e ponho-as
em
assados e facas afiadas.
Alecrim
e mostarda narinas adentro com imanes
ao
peito esmurrado de vermelho mão.
O
papel de memória absorvente é imundo
em
calcário e tem lugar ao meu lado.
Uma
extensão de electricidade pouco segura dos seus
dedos,
caminhos e receitas.
Acima
da linha de água, marcas de inundação também
a vermelho e são diárias.
Rede
na caverna de esfregão que não cabe
em
tanta sombra tudo
fora
do lugar da pedra confirmo o gume, fatias de mim fino;
o
coto que resta deito-o ao sal grosso.
Ouço
algo.
O
papel ou faz muito barulho a amarrotar ou é café
de
colheres largas.
Tudo
tépido acima do frio feito a
marinar
tabacos, a minha mortalha devolvo-a
à
despensa.
Do
escadote aproveito pouco e são só degraus.
Demoro
um pouco mais a porta, aberta pois gosto
de
desinfectante já usado em perfume
de
noite e alegria por saber ter
tantas
lâmpadas ainda ali.
Os
únicos artigos de arrumação são e passo a
vida
a descrever: caixa de gelatina e sacos para os ossos.
Os
meus, depois do coto.
Contudo
a pele adocicada e a boca com molas.
É
tudo reciclagem e amanhã volta a inundação.
Ao
pequeno-almoço.
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