sábado, 11 de maio de 2013

SALA DE FICAR A QUATRO OLHOS



Ia almoçar à casa.
Era possível – e estava ali – ao virar de sofá.
Pés de rasto no desconforto.
Tiras em dois, micoses da pedra partida.
Abat-jours de coração estriado, no lazer de escorpião.
O geométrico do plástico em banheiras de molde rude, salpicadas do entusiamo da seiva em morte.
Imberbe, de frente.
O reflexo do observado distingue-se do infravermelho, obstinado com a luz de presença.
Claro que fico.
Oito olhos em língua.
Linguagem de maça recortada, quando muito três milímetros de repouso.
Botões de rilhar em pino.
Ligado à ficha de antanho, descarnada.
Madeira de porte em ferro.
É difícil treinar o tapete a ser místico do passo.
Maior que o fio.
O ruído sempre ao fundo, na jarra.
Tecelões da miopia em contraponto.
Atrás da rede comum do gato e do telefone.
Capas de livros em triturado vivo de cinzento, abertas em relatos eróticos.
Lareiras bebés atiçadas em cachimbo.
Pedra de bebedouro – segmentada – em inscrições de circunferência.
Cravos na pele de Abril no atarraxar de campismo.
Títulos da lombada apagada em lanternas.
Sempre o ruído.
Objecto da tortura relaxante do couro.
Como se vê.

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