quarta-feira, 8 de maio de 2013

DESCOLAGEM





Entro em pânico.
Este é de grau 6, terremoto vulgar dos imprevistos.
Talvez com mais capacidade, porque estou no aeroporto prestes a embarcar em arco.
A mala deu trabalho de horas a mais à noite anterior.
Que o desalinho em improviso, ultrapassado por direitas travessas, reclama o seu instável em suor.
Dão trabalho, as depressões.
Temos de nos preocupar com os apêndices de rabo à mostra.
Além das coisas e ordens da sequência normal, numerada dos dias.
Matéria do óbvio de cartilha para um sadio.
Para o deprimido, não.
O despacho de agenda é assumido com urgência, depois é gozo em dificuldades.
No sobrolho em franja.
Carregado da leveza, em desordem interior.
Não te preocupes em demasia, pois tens na figura do alquímico um amigo.
Em ombros.
Prefiro os que cresceram mais em grau de parentesco, altos de quarenta ladrões.
Aconchegantes da membrana.
O corpo em prédio, de co-proprietários bem geridos.
Depressa faz boa vizinhança, o puro do malte em ricochete.
Passaporte de piso escorregadio.
Válido para tragos com vistos de residência, permanentes no entretanto.
O que resta é terra em pele queimada, deserto dos órgãos.
A passagem à primeira na portagem estreita em goela.

Pois, a mala.
Abriu em descalabros de duas folhas, e eu entrei neste moinho de mós, de palavras arrepiadas.
Coube nela tudo.
Neurose do riscado na linha da morte, antecipada à nascença em contramão.
O óbvio do já e do não me importo que o amanhã cante.
Dá-me música e batutas de boa madeira.
Vou para longe, para ambientes de mercúrio.
Condição padrão.
Roupa a mais para pouco osso.
O talhante da malha medieval, armado em cepo, há muito que passou dos anúncios de intervalo.
Em comércios de rua, alcatroadas de megafones.
Fregueses de tímidos tímpanos, resgatados ao fausto dos domingos.
Cuecas à dúzia, boas de rasgar em sofás do tesão.
Elástico sentir em discurso.
Os livros, pesados da fonte mal escolhida por editores de Super-8 descontentes da mobilidade da lista, deixo-os no fundo.
Para nunca poder alcançá-los.
A letra ainda vá, que separada do gangue da palavra vale só e pouco.
Os ajuntamentos de razões e ideias é que me amedrontam.
Ponto final parágrafo.

Antes o medronho da manhã, apanhado em parentesco da revelia.
E deixado à sorte da fermentação, em bexiga do bolso.
Nos bares é mais asseado, com falta de primavera.
O brilho em diamante dos copos, amontoados no equilíbrio veloz da capacidade rítmica do pedido.
Mais depressa, duplo.

Depois da pesagem, assumo o restante da bagagem.
É toda minha, ainda que a tenha de pagar em dólares.
Em câmbios do excesso.
Uma fita em verde atadura ajuda à recomposição.
Não te enerves, e só ao mesmo de ti.
É tudo escada rolante.
Depois sentas-te de frente à fractura em vidro, da meia da hospedeira contratada em temporários de saquetas.
Aguardas com o molar em pastilha, o sinal da partida no elevado de altifalante.
Comandado pelas listas cozidas em pespontos, em ombreares da pureza.
Senhores passageiros é que não.
Vou sozinho.
O motor torna-se indispensável, em voltas de contagem incerta.
Às minhas costas, um assento.
E um cinto curto que não chega ao pescoço, um erro de projectista com excesso de zelo humanista.
Impressões a preto e branco do canhoto poupado.
Só ida, que a febre da disponibilidade em sábados de amigo passados já baixou.
Falta pouco para a classe do voo.
Em segunda.

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