quinta-feira, 9 de maio de 2013

COMÉRCIO CENTRAL





O branco da porta em lâminas fere o óculo de alcance.
Perto na distância, ao alcance de uma impressão digital.
O contínuo do rasgo no artificial do pavimento, em quadrículas desequilibradas de tanto caminhar.
Um casal moderno de cadeiras, também alvas e alvo a abater.
Com pernas de líder, no alumínio de passagem.
Melodias de dispersão social.
Flores em vasos postiços e pontes quebradas.
Em bocas da miséria, ávidas de edulcorantes artificiais.
Centros de mesa com queda para a gravidade, estupefactos com o alarve da comédia em ceia.
Grupos excursionistas, antagonicamente compatíveis.
Degraus em rolantes descidas, conformados com o espezinhar em família.
Caixotes do lixo metálicos parturam indiferenciados com unhas cravadas nos pilares da verticalidade humana do engenho.
Listras de zebra pálida, em amarelos da continuação a escarnecer do branco em letra.
Setas fugidias, de indicação invisual dos caminhos de borracha apertada.
Matrículas confusas com o lugar atribuído, em pressas de bilhete esgotado em rolo.
De impressões.
Calhas altivas no isométrico da compostura iluminada.
Às candeias.
Percursos afagados no vermelho de incêndio.
Ecopontos selectivos dos aparelhos últimos.
Do fim.

Noventa euros dos que custam, por um colar postiço à gengiva.
E dois poemas molares.
Capital em ismos da sorte.

Sem comentários:

Enviar um comentário