Penso
– um sorriso maravilhoso – vi-o hoje.
Temperado
com missangas herdadas de uma tribo do amor. Umas unhas verdes que raspam um
chão de pombos silenciosos. Sombras que começam abaixo do meu nariz, e acabam
em muletas. Falam de praças e de poços vazios, ao mesmo tempo que olhares envergonhados,
desviados. Uma corrente de ar livre. Exibe
uma fileira de dentes tensos, separados o suficiente para que, por eles,
passem cordas. Melodias. Pestanas que atam sapatos de princesa do reino das
noites mal dormidas. Um laço negro, bem digerido por um estômago na primeira
refeição do dia. Ela afaga uma madeixa de virtude, e mastiga também ela, a
minha vontade. Um impulso. O querer sair da cadeira confortável de espinhos, e atravessar
aquele metro que me separa dela. Braços atirados pelo canto do olho, numa
conversa encriptada e original. Brincos de pérola a fingir, no seu rosto que
não mente. Sonho aquelas tranças num dia que pode ser hoje, e guardo um
esquisso da sua boca. Na minha alma.
Espero
nunca mais a ver.
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